2012-06-10 16:25:29

Fórum católico-ortodoxo conclui-se com mensagem de esperança para a Europa


Lisboa (RV) - "A Europa de hoje está atravessando uma crise gravíssima" e "muitos europeus sofrem diretamente as conseqüências dessa crise" alimentando "preocupações em relação a seu futuro". Diante dessa situação, "as nossas Igrejas acolhem e estão atentas a esses sofrimentos e preocupações. Elas desejam dirigir a seus fiéis e a todos os europeus uma mensagem de confiança e de esperança. Devemos continuar tendo confiança na divina Providência e em nossa capacidade de corrigir os erros do passado, e devemos traçar as linhas de um futuro de justiça e de paz".

É o que se lê na mensagem final dos participantes do III Fórum católico-ortodoxo que se realizou em Lisboa – de 5 a 8 do corrente – com o tema "A crise econômica e a pobreza. Desafios para a Europa de hoje".

O homem – prossegue a mensagem – encontra a sua realização em Deus, seu Criador e Salvador", mas "sob a influência do processo de secularização muitos europeus distanciaram-se dessa união constitutiva com Deus, buscando o sentido da vida somente no horizonte terrestre".

Por isso, "as Igrejas observam que a crise que estamos atravessando não é somente uma crise econômica. Trata-se de uma crise não somente moral e cultural, mas, sobretudo, profundamente antropológica e espiritual".

A sociedade "deve ser organizada de modo a estar sempre a serviço do homem, e não o contrário". Se os europeus quiserem sair da crise, lê-se na mensagem final, "devem entender que é necessário mudar estilo de vida".

A crise pode ser "a ocasião de uma salutar tomada de consciência. Os europeus devem dar um sentido à atividade econômica partindo de uma visão global, não truncada, da pessoa humana e da sua dignidade".

"Colocando a pessoa em seu justo lugar, subordinando a economia aos objetivos de desenvolvimento integral e solidário, abrindo a cultura à busca do verdadeiro, dando espaço à sociedade civil e à engenhosidade dos cidadãos que trabalham para o bem-estar de seus contemporâneos, criarão as condições para fazer emergir um novo tipo de relação com o dinheiro, com a produção e com o consumo."

Nessa transformação "deve ser concordada uma prioridade ao trabalho. É oportuno privilegiar as atividades geradoras de emprego. Cada um deve poder viver dignamente, realizar-se graças ao trabalho e ser solidários com os outros. Toda forma de corrupção e de exploração deve ser eliminada".

Por isso, o mercado "não deve ser uma força anônima e cega", mas "requer que seja regulado em função do desenvolvimento integral da pessoa".

Em seguida, os participantes do Fórum dirigem "uma palavra de encorajamento aos governos nacionais e aos responsáveis pelas instituições européias em seus esforços voltados a concretizar um caminho justo e equânime para se sair da crise econômica e financeira, com uma atenção particular aos países que mais se encontram em dificuldade". (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.