2012-06-08 12:47:36

Pastoral da Criança: missionária brasileira relata desafios nas Filipinas. Ouça!


Cidade do Vaticano (RV)RealAudioMP3 O Programa Brasileiro dá continuidade a suas reportagens sobre a Pastoral da Criança Internacional. Conhecemos o trabalho de voluntários na Guiné-Bissau, na África, no Paraguai, nosso vizinho latino-americano, e agora vamos à Ásia, para o único país católico do continente: Filipinas.

A Pastoral da Criança foi implantada nas Filipinas quando chegou ao país a Irmã Terezinha Kunen, da Congregação Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres. Ela conta como foi a experiência, e a resistência que tiveram que enfrentar inclusive dentro da própria Igreja:

“Começamos em 2004, com muita dificuldade, muita mesmo. Enfrentamos muitos desafios devido às línguas. Têm o inglês e o tagalo como línguas oficiais, e existem mais 102 dialetos. Cada região tem o seu dialeto, então foi um desafio muito grande primeiro por causa da língua, porque a Pastoral da Criança nasceu no Brasil, então está tudo em português e tivemos que traduzir primeiro todo o material para o inglês e pedimos aos filipinos que traduzissem em tagalo, que é a língua mais comum aqui. Depois, começamos a dar seminários, mas com muita dificuldade, porque eles não entendiam o projeto. Oficialmente, a Igreja aqui não atua na área social, então foi muito difícil primeiro para a Igreja entender o que era a Pastoral da Criança, pois diziam que era trabalho do governo. Fomos trabalhando com lideranças, escolhendo líderes, e hoje está crescendo bastante. Estamos em sete dioceses, com 2658 famílias, 3521 crianças, 168 gestantes e 356 voluntários.”

Falando do aspecto social das Filipinas, Ir. Terezinha faz uma comparação com o Brasil. A nossa pobreza, disse ela, é riqueza diante da situação no país:

“É muita pobreza, lidamos muito com a miséria. E eles têm dificuldade com mudanças, de cabeça, de mentalidade, o asiático em geral não gosta de muita mudança. Essa foi outra barreira que enfrentamos. E onde iniciamos a Pastoral da Criança é o lugar mais pobre, em que constantemente tem tufões que destroem tudo. Eles têm que recomeçar tudo, é um eterno recomeço. E a miséria é constante. Neste vilarejo, eles vivem do peixe, único meio de sobrevivência. E quando vêm os tufões eles não têm nada, pois eles vendem o peixe para comprar o arroz. E quando não tem peixe, não tem peixe nem arroz, que é o prato básico dos filipinos. Quando tem tufão, eles realmente não têm o que comer.”

Depois de um início difícil, agora a Pastoral da Criança nas Filipinas está ampliando a sua obra com uma iniciativa singular, ou seja, uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a Organização Mundial da Saúde, principalmente depois da passagem pelo país do Cardeal Geraldo Majella Agnelo.

“Ele esteve aqui em novembro e foi um espetáculo, uma abertura, uma bênção para nós, para as Filipinas. Foi quando se oficializou mesmo a Pastoral da Criança. O primeiro diretor do Unicef, cinco anos atrás, estava muito interessando em ajudar a Pastoral e agora visitamos, conversamos pessoalmente com eles e estão muito interessados. Já nos deram o modelo de convênio, estou só esperando a tradução do material do português para o inglês para definir a parceria.”

Antes de chegar às Filipinas, Ir. Terezinha passou por outro país asiático, Timor-Leste, onde também implantou por lá a Pastoral da Criança. Mas essa história fica para outra edição, sexta-feira que vem.

(BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.