2012-06-08 09:41:30

Importância e validade do culto eucarístico e do sentido do sagrado: Bento XVI na missa do Corpo de Deus, seguida da procissão


(07/06/12) Em Roma, nesta quinta-feira, o Papa preside ao fim da tarde, à procissão eucarística, da basílica de São João de Latrão até à basílica de Santa Maria Maior. Às 19 horas, em frente a São João de Latrão, a Missa presidida por Bento XVI. Na homilia, o Papa sublinhou que é importante manter vivo “o sentido da presença constante de Jesus no meio de nós e conosco, uma presença concreta, próxima… como coração vivo da cidade”. “O Sacramento da Caridade de Cristo há-de permear toda a vida quotidiana” – advertiu, com insistência Bento XVI, na Missa do Corpo de Deus, nesta quinta-feira ao fim da tarde, diante da basílica de São João de Latrão, de onde partiu depois a procissão eucarística até à basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa deu a bênção do Santíssimo Sacramento a milhares e milhares de fiéis que acompanharam o rito.
Bento XVI abordou dois aspetos do Mistério eucarístico, ligados entre si: o culto da Eucaristia e a sua sacralidade. Começando por refletir sobre o valor do culto eucarístico, o Papa deteve-se sobre o sentido e importância da adoração do Santíssimo Sacramento.
O Concílio Vaticano II sublinhou, justamente, a centralidade da celebração. Essa valorização da assembleia litúrgica permanece válida, mas há que situá-la no seu justo equilíbrio. A acentuação na celebração eucarística, não deve resultar em detrimento da adoração, como ato de fé e de oração dirigida ao Senhor Jesus, realmente presente no Sacramento do altar. Caso contrário, corre-se o risco de esvaziar da sua presença o resto do tempo e do espaço da existência.
“O Sacramento da Caridade de Cristo deve permear toda a vida quotidiana. / Aliás, é errado contrapor a celebração e a adoração, como se estivessem em concorrência uma com a outra. É precisamente o contrário: o culto do Santíssimo Sacramento constitui como que o ambiente espiritual dentro do qual a comunidade pode celebrar bem e em verdade, a Eucaristia”.
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Para que a ação litúrgica possa exprimir todo o seu significado e valor, deve ser precedida, acompanhada e seguida por uma atitude interior de fé e de adoração.“O encontro com Jesus na Santa Missa concretiza-se verdadeira e plenamente quando a comunidade está em condições de reconhecer que Ele, no Sacramento, habita a sua casa, está à nossa espera, convida-nos para a sua mesa e, depois de se dissolver a assembleia, permanece conosco, com a sua presença discreta e silenciosa, e acompanha-nos com a sua intercessão”.

Evocando esta celebração pública, numa praça, e a procissão que se lhe segue pelas ruas, Bento XVI sublinhou que a adoração eucarística constitui uma experiência bela e significativa, em que todos os fiéis, leigos e clérigos de qualquer grau, permanecem em pé de igualdade, aos pés de Jesus. “Estar todos em silêncio prolongado diante do Senhor presente no seu Sacramento, é uma das experiências do nosso ser Igreja, que acompanha, de modo complementar, a de celebrar a Eucaristia, ouvindo a Palavra de Deus, cantando, abordando juntos a mesa do Pão da vida.”

O Papa insistiu que não se podem separar comunhão e contemplação. “Para comunicar verdadeiramente com uma pessoa, preciso de a conhecer, de saber estar em silêncio junto dela, escutá-la, olhar para ela com amor”. “O verdadeiro amor e a verdadeira amizade vivem sempre desta reciprocidade de olhares, de silêncios intensos, eloquentes, cheios de respeito e de veneração, de modo a viver profundamente o encontro, de modo pessoal, não superficial”.
A concluir a sua homilia, Bento XVI recordou ainda “a sacralidade da Eucaristia”. É verdade que o centro do culto cristão não está nos ritos e sacrifícios antigos, mas sim no próprio Cristo, no seu mistério pascal. Contudo, advertiu, Jesus não aboliu o sagrado, mas levou-o a cumprimento, inaugurando um novo culto, plenamente espiritual. Em todo o caso, enquanto vivemos no tempo, precisamos ainda de sinais e de ritos. Graças a Cristo, a sacralidade é mais autêntica, mais intensa, mais exigente.
Aliás - observou - “o sagrado tem uma função educativa”. O seu desaparecimento empobrece inevitavelmente a cultura, em particular das novas gerações. “Adoremos Cristo como centro da nossa vida e coração do mundo”.








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