Cidade
do Vaticano (RV) - A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo nos leva à tomada
de consciência da grandiosidade da amizade selada entre Deus e o Homem.
No
passado, nos diz a primeira leitura tirada do livro do Êxodo, a aliança entre Javé
e o Povo de Israel se dava através da aspersão do sangue de animais. Metade era aspergida
sobre o altar, símbolo de Deus e a outra metade sobre o povo. Isso deveria se repetir
sempre a cada ano.
No Evangelho, Jesus diz que ele está realizando a nova e
eterna aliança, através do derramamento de seu sangue. Jesus a realizou na Ceia e
no Calvário.
Na Ceia, Jesus dá graças ao Pai, como autor da vida, de todo dom.
Ele o faz com seu sangue e seu corpo.
A segunda leitura, da Carta aos Hebreus,
nos diz que esse gesto de Jesus é muito superior ao antigo por vários motivos:
-
quem o oferece não é um sacerdote qualquer, mas Jesus;
- como não tem pecado,
ele não o oferece por si, mas por todos os homens. No ritual antigo, o sacrifício
era oferecido apenas em favor de um povo;
- enquanto o sacerdote da antiga
aliança deveria atravessar o véu do templo para oferecer o sacrifício, Jesus atravessou
uma tenda não feita por mãos humanas, não pertencendo a esta criação;
- também
o sangue usado por Jesus se difere do usado pelos demais sacerdotes. Esses usavam
o sangue de animais. Jesus usou o próprio sangue e com ele nos obteve a libertação
definitiva.
Podemos transformar esse gesto tão grandioso de Jesus, realizado
na Santa Ceia e concretizado na Cruz, em um mero ato de piedade ou na celebração da
vida, celebração de dar graças, em Eucaristia. Tudo dependerá de nosso modo de vivenciar
a missa.
Vamos a ela como mera devoção e para o cumprimento do preceito dominical
e também por uma questão social ou quando nos dirigimos à sua celebração é para participar
do gesto eucarístico de Jesus?
Vamos à missa para tomarmos em nossas mãos o
pão e o vinho, os dons que recebemos do Pai, agradecer e nos entregarmos ao serviço
de muitos como fez Jesus?