Bamako (RV) – “O Primeiro-ministro do Mali, Cheick Modibo Diarra está se esforçando
em levantar o moral do exército para prepará-lo a uma eventual intervenção no norte.
No último fim de semana, esteve na região de Tibou para encontrar as forças militares
presentes na área” – diz à Agência Fides Padre Edmond Dembele, Secretário da Conferência
Episcopal de Mali. O País está ainda dividido em dois, e o norte está em mãos de grupos
armados. “Os árabes do norte ainda não escolheram com quem se aliar. Por isso, estão
reunidos na Mauritânia, para decidir a posição a se adotar e se aliar-se ou não com
os islâmicos” – diz pe. Dembele. Perguntado se na reunião na Mauritânia havia expoentes
do governo de Mali, ele respondeu: “não existem notícias oficiais a este respeito,
mas é possível que haja também representantes das autoridades de Bamako”.
Depois
do fracasso do acordo entre o MNLA (Movimento Nacional de Libertação de Azawad, formado
por independentes ‘leigos’) e os islâmicos de Ansar Dine (que visam ampliar a aplicação
da Xariá a todo o país) para a constituição de um Estado islâmico no norte de Mali,
a divisão entre os dois movimentos parece ter aumentado. “A divisão entre os dois
principais movimentos que controlam o norte de Mali pode favorecer uma eventual intervenção
militar do exército de Bamako com o apoio de uma força pan-africana” – afirma o Secretário
da Conferência Episcopal de Mali.
“Com efeito – diz Padre Dembele – sabe-se
que o Presidente da União Africana, o Presidente do Benin, Thomas Yayi Boni, está
trabalhando para ativar uma força militar a ser enviada a Mali com o apoio da ONU.
Burquina-Fasso, Níger e Costa do Marfim já deram sua aprovação inicial e participariam
desta força militar. Ainda devem ser definidos diversos detalhes antes de uma missão
militar africana ser deslocada ao país”. (SP)