Memória Histórica: as últimas mensagens de Paulo VI em português
Cidade
do Vaticano (RV) – Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, o Papa Paulo
VI, foi eleito à Cátedra de Pedro em 21 de junho de 1963. Seu pontificado durou 15
anos. Em 6 de agosto de 1978, o Papa “peregrino” morreu, improvisamente. Ele estava
na residência papal de Verão, onde um mês antes faria sua última saudação em língua
portuguesa.
“Com estima em Cristo, saudamos os presentes de língua portuguesa;
em particular, os oficiais, cadetes e tripulantes do Navio-Escola Custódio de Mello,
do Brasil. Sede bem-vindos! No garbo da vossa grata presença tomamos motivo
para auspiciar que brilhe sempre na vossa vida igual pundonor: no culto dos autênticos
valores humanos e cristãos, com solidariedade, espírito de servir e amor, bases da
fraternidade e da paz entre os homens. Pedimos ao Deus da paz que esteja
sempre convosco, ao abençoar-vos, assim como aos vossos entes queridos”.
Esse
é o Quadro Memória História, que hoje traz as últimas mensagem em língua portuguesa
do Papa Paulo VI.
Quarta-feira, 25 de maio de 1977. Audiência Geral. Paulo
VI dirige suas palavras aos brasileiros presentes.
“Um cordial bem-vindos
aos visitantes de língua portuguesa! Entre estes, temos uma presença jovem, vibrante
de entusiasmo e de fé, florir da Igreja missionária no Brasil: a Bandinha do Centro
Educacional “Padre João Piamarta”, de Fortaleza. Amados jovens: arautos da esperança
e da alegria, como bons cristãos, no mundo faminto de valores espirituais e de Deus,
sejam sempre, com Cristo, mensageiros de amor, fraternidade e paz! Saudando-vos com
afeto, pensamos na vossa terra, no Brasil jovem, e nos jovens precisados de amparo
e de Cristo – Caminho, Verdade e Vida –; pensamos nos vossos beneméritos educadores
e em todos os educadores brasileiros, de modo particular nos educadores da fé. E do
coração vos abençoamos”.
Quarta-feira, 28 de setembro de 1977. Papa Paulo
VI volta a falar em português.
“Com multa alegria é-nos grato dar as boas-vindas
a um grupo de peregrinos proveniente de Angola. Queremos exprimir toda a nossa satisfação
por este encontro, como também a nossa gratidão e apreço pela homenagem que quisestes
prestar à nossa pessoa. Que o Senhor abençoe a vossa peregrinação a Roma e vos conserve
sempre no Seu amor. Damos-vos de coração a nossa Bênção Apostólica, a vós e aos vossos
entes queridos”.
Quarta-feira, 26 de maio de 1976. Um ano depois, o Papa
Paulo VI volta a saudar os brasileiros.
“Saudamos, cordialmente, os presentes
de língua portuguesa: com estima em Cristo, sede bem-vindos! Entre estes, em deferente
e sempre grata visita, temos o grupo de oficiais, cadetes e tripulantes do Navio-Escola
Custódio de Mello, do Brasil: os Nossos votos de todo o bem! E que, a dar sentido
ao destemor, renúncia, espírito de servir e solidariedade -apanágio da vossa vida
no mar – haja a bússola do amor de Deus, a indicar no amor do próximo as rotas da
fraternidade e da paz, que, com propósitos generosos e nobreza de coração, certamente,
vós quereis seguir. A isso vos estimulamos, ao abençoar-vos, com todos os
demais; e, em vós, abençoamos também os vossos entes queridos”.
Em 29 de
setembro de 1976, Paulo VI voltou a falar português, voltando-se aos portugueses.
“Uma palavra afetuosa, para os presentes de língua portuguesa: a todos
afirmamos a Nossa cordial estima em Cristo. Vemos, com alegria, um numeroso grupo
de peregrinos vindos de Portugal, para a iminente cerimónia da canonização da portuguesa
por nascimento, Beata Beatriz da Silva. Sede bem-vindos! No Senhor Cardeal Patriarca
de Lisboa, que vos preside, e no Senhor Arcebispo de Évora e demais Prelados, saudamos
o Episcopado de Portugal; e em vós, amados Filhos, os fiéis que representais. E para
os familiares da futura nova Santa presentes, vai um aceno de particular congratulação
e simpatia.
É para Nós muito grata a vossa presença. E queremos confiar-vos
urna mensagem; aliás, a sempre viva mensagem dos Santos, a da Beata Beatriz da Silva,
para Portugal e para o mundo: o perene fascínio da Fé, a forca invencível da Esperança
e o primado do Amor de Deus podem levar à consagração religiosa, de tanto valor eclesial;
mas sempre exigem fidelidade a Deus, que é Caridade, no nosso amor do próximo: generosa
reconciliação, construtiva compreensão, estima fraternal e concreto auxilio recíproco,
na prece e nas obras.
Que esta mensagem, tornada testemunho de fidelidade
e caridade, por vós chegue às vossas terras e às vossas famílias, com a Nossa cordial
Bênção Apostólica”.
Ainda no ano de 1975, Paulo VI falou diretamente aos
brasileiros de Vacaria, no Rio Grande do Sul.
“Num cordial saudar todos
os presentes de língua portuguesa, diremos aos diletos peregrinos de Vacaria, do Brasil,
com o seu querido Bispo, a Nossa alegria por vê-los aqui; certos da Nossa estima em
Cristo e confortados pelas graças do Jubileu, volvei mais arautos do amor de Deus,
na vossa Comunidade diocesana! E a todos abençoamos com afeto, em nome do Senhor”.
Esse
foi o Quadro Memória Histórica, da Rádio Vaticano.