Cáritas e ONU em parceria no ensino de português para refugiados
Manaus (RV) - O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur,
organiza aulas de português para facilitar a integração de estrangeiros que agora
vivem no Brasil. As classes, em Manaus, ocorrem três vezes por semana e são organizadas
em parceria com a rede Cáritas. Segundo a agência da ONU, as aulas tem uma didática
específica para facilitar o ensino do idioma aos adultos.
Fator Cultural
Em
entrevista à Rádio ONU, de Brasília, o representante do Acnur no país, Andrés Ramirez,
destacou que falar português é fundamental para a inserção na cultura brasileira.
"A
verdade é que é uma política nossa fundamental, para poder garantir que as pessoas
possam se inserir no mercado de trabalho. Uma das dimensões fundamentais para entrar
no processo de integração da sociedade brasileira é o tema da cultura. E um aspecto
chave da cultura é o tema da língua. Nós temos feito questão de garantir que as pessoas
possam ter aulas de português."
Oportunidades
Segundo Andrés
Ramirez, atualmente vivem no Brasil refugiados de mais de 70 nacionalidades. Angelica
Lozano fugiu do conflito armado da Colômbia. Vivendo há pouco mais de um ano em Manaus,
ela garante que aprender português mudou sua rotina.
"Realmente mudou muito,
porque nós socializávamos, estávamos juntos. Eu saía das aulas e começava a falar
com todo mundo. Foi uma ajuda muito grande, realmente, as aulas para nós. Fiquei muito
mais confiante. A gente conseguir entender o que os outros nos falam é um processo.
É um processo, mas graças a Deus, deu certo."
Após aprender português com a
ajuda do Acnur, no fim do ano passado, Angélica Lozano conseguiu um emprego e atualmente
trabalha na Cáritas Manaus.
Didática
Andrea Gomes, é a Coordenadora
do Projeto de Proteção e Assistência a solicitantes de refúgio e refugiados da Cáritas
de Manaus. Ela conta que as aulas começaram em 2011 e que neste ano existem duas turmas
de 20 pessoas. Andrea destaca a didática, mais voltada à conversação.
“A gente
procura trabalhar mais a conversação para que eles consigam se comunicar nas ruas,
no final é isso que importa”.