Dia Internacional das crianças vítimas de agressão: a Síria e os apelos da Santa Sé
Genebra (RV) - No dia 4 de junho celebra-se o “Dia internacional das crianças
vítimas de agressão”, promovido pela ONU.
A Assembleia-Geral extraordinária
das Nações Unidas se reuniu, em 19 de agosto de 1982, para debater a “Questão Palestina”.
Perante o elevado número de crianças inocentes, vítimas do contexto de guerra com
Israel, a Assembleia manifestou a sua consternação ao tomar a decisão de comemorar
este Dia.
Desde 1986 que a data, 4 de junho, é assinalada. A finalidade é chamar
a atenção para o sofrimento das crianças que, por todo o mundo, são vítimas de agressão
física, mental e emocional. Afirmar, de igual modo, o comprometimento das Nações Unidas
em proteger os Direitos das Crianças, e, ao mesmo tempo, reconhecer e encorajar o
trabalho de todas as organizações ou indivíduos que se dedicam a esta causa.
Infelizmente,
o fenômeno cresce em escala global. Todos os dias, crianças de todo o mundo são vítimas
de abusos dos direitos humanos. Vítimas de escravatura, de guerras, prostituição e
pornografia, de atividades ilícitas, sendo expostas a trabalhos perigosos como o das
minas, manuseando máquinas agrícolas, ou químicos e pesticidas na agricultura. Estima-se
que 218 milhões de crianças, entre os 5 e os 17 anos, são forçadas a trabalhar no
setor agrícola (70%, a maior percentagem de trabalho infantil), excluindo o trabalho
doméstico. Todos os anos 1,2 milhões de crianças são traficadas.
Um dos últimos
episódios envolvendo crianças se verifica na guerra na Síria. Na semana passada, o
Observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e Instituições internacionais
em Genebra, Arcebispo Silvano M. Tomasi, se pronunciou a respeito na Sessão especial
sobre “A deterioração da situação dos direitos humanos na República Árabe da Síria
e os recentes assassinatos de Hula”.
“A delegação da Santa Sé condena firmemente
o aumento dos atos de violência na Síria e, em especial, as mortes recentes em Hula.
Este massacre de inocentes, entre os quais inúmeras crianças, é especialmente odioso
e causa de grande dor para o Santo Padre e para toda a comunidade católica, assim
como para a comunidade internacional, que expressou a sua condenação unânime. Direitos
humanos fundamentais são violados e o risco de um intensificar-se do conflito requer
um empenho firme de todas as partes ao diálogo com maior urgência”, afirmou.
No
seu pronunciamento, o Arcebispo Tomasi relança “os repetidos apelos do Papa Bento
XVI pelo fim da violência e o derramamento de sangue”, e exorta “todos os líderes
das várias religiões, através da oração e da colaboração recíproca, a empenhar-se
em promover a paz pelo bem de toda a comunidade”.