2012-06-03 18:39:39

Conclui-se o Encontro Mundial das Famílias, Milão volta à normalidade


Milão (RV) – RealAudioMP3 Depois de três dias em que o coração econômico da Itália se transformou em lar das famílias do mundo, com a partida do Papa a cidade tenta retomar o seu ritmo normal. Interrompendo um jejum de 28 anos em que os milaneses não viram um Pontífice, Bento XVI conquistou os fiéis, atravessando a cidade várias vezes e podendo constatar este carinho pessoalmente. Para a Igreja, foi sem dúvida um momento belo e intenso.

Igualmente comovente foi o encontro com o Cardeal Carlo Maria Martini, na tarde de sábado, na sede do Arcebispado. Apesar da dificuldade de falar do arcebispo emérito de Milão, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, revelou que o momento foi bastante afetuoso. Como confirmado também na última coletiva à imprensa, mais de 1 milhão e meio de pessoas viram Bento XVI nos dias de sua visita. E enfim, o anúncio de que o próximo Encontro Mundial das Famílias será em 2015, e a escolhida é a cidade de Filadélfia, foi explicado com o critério geográfico. Simplesmente será a vez de se promover o evento no continente americano.

Com o pensamento voltado ao futuro, Dom João Carlos Petrini, Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB lança uma mensagem de encorajamento:

“Bom, eu quero dizer que vivemos numa etapa difícil da vida, mas ao mesmo tempo, fascinante. Há aspectos de dificuldade porque a realidade é complicada, é agressiva, mas é fascinante porque circunstâncias externas nos provocam, então a pessoas tem que estar viva para não ficar perdida, para não ser “Maria vai com as outras”. E este é um aspecto que considero interessante. Na época dos meus avós, dos meus pais, era óbvio que um homem se realizasse constituindo sua família, que uma mulher se realizasse constituindo a sua, gerando filhos e dedicando-se para educá-los. Hoje isto não é mais óbvio. E necessário utilizar a cabeça para pensar: que oportunidades de vida existem, quais são mais convenientes, como eu quero ser feliz, de maneira quero realizar a minha humanidade. Acredito que não há caminho melhor do que chegar a conclusão que o melhor modo de realizar a própria humanidade e ser feliz com dignidade é fazer dom da própria vida para o bem de outros, ou na vida de família, ou como Madre Teresa de Calcutá, mas esta ideia de que um individualismo nos oferece mais oportunidades, antes o meu interesse e depois o resto, é na realidade um caminho tão miserável que acaba desaguando em situações desumanas, que não valem a pena. O que desejo para o mundo é que reencontre o caminho de Jesus e do Evangelho para viver com grandeza de coração o grande ideal que permite viver com dignidade e beleza. Na base de tudo está o amor, e não tem outro jeito. Não adianta inventar a roda porque ela já foi inventada”.

Neste momento em que a família está no centro da atenção da Igreja, um pensamento deve ser também dirigido às pessoas sós, que perderam suas famílias, que foram divididas das suas por causa de guerras ou em fuga de situações de conflito. Há também a solidão de quem, por tantas razões, não constituiu uma família. A eles, o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo, envia a sua mensagem:

“Naturalmente existe cada vez mais este fenômeno de pessoas sós, apesar de tão grande ser a multidão e de tantos modos de comunicar. É um fenômeno que merece ser estudado profundamente para ver como se pode superar as causas da solidão. Eu diria às pessoas sós que não se fechem em sua solidão. Existe sempre um modo de continuar em comunhão, em comunidade, e não se sentindo sós, porque a comunidade humana, no conjunto, é também uma grande família, e nela existem muitas agregações, modos de sentir-se em família. Para nós, a Igreja é a grande família, formada de grandes famílias, grupos, onde as pessoas não precisam necessariamente sentir-se sós. a solidão, portanto, pode ser superada através de uma maior participação nas atividades comunitárias, vivendo a vida numa dimensão solidária, ao invés de viver a vida dentro de uma dimensão de solidão”.

De Milão para a RV, Cristiane Murray







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