Papa presencia concerto no Teatro La Scala e recorda as vítimas do terremoto no norte
da Itália
Milão (RV) – “A Nona Sinfonia de Beethoven nos permite lançar uma mensagem
com a música que afirme o valor fundamental da solidariedade, da fraternidade e da
paz”. Foi o que afirmou Bento no final do concerto oferecido, na noite desta sexta-feira,
1º de junho, pelo Teatro La Scala de Milão ao Pontífice e às delegações internacionais
presentes no VII Encontro mundial das Famílias. Um evento do qual participaram também
os Bispos das Dioceses emilianas atingidas pelos recentes terremotos.
“Sobre
este concerto, que devia ser uma festa alegre por ocasião deste encontro de pessoas
vindas de quase todas as nações do mundo – disse o Papa – existe a sombra do terremoto
que trouxe grande sofrimento a tantos habitantes do nosso País”. Em honra deles a
Orquestra e o Coro do Teatro, os quatro Solistas e o maestro Daniel Baraboim entoaram
a Nona Sinfonia de Beethovem, obra que contém o Hino à alegria de Schiller, hino oficial
da União Europeia.
“As palavras do Hino – explicou Bento XVI – ressoam como
vazias para nós, parecem não verdadeiras”, porque estamos “paralisados pela dor por
essa tamanha e incompreensível destruição que custou a vida de muitas pessoas e que
destruiu a casa e a moradia de tantos nossos semelhantes”.
Diante do sofrimento
do terremoto, o Papa quis lembrar a visita ao Teatro de Arturo Toscanini (grande maestro
italiano do século passado,) durante o mês de maio de 1946 e a sua exclamação “é sempre
a minha Scala”, disse isso após o prédio ter sdio reconstruído após a guerra.
“A
reconstrução de La Scala – lembrou Bento XVI – foi um sinal de esperança para a retomada
da vida de toda a cidade após as destruições da Guerra”. Apesar das dificuldades e
os sofrimentos do terremoto, continuou o Pontífice, “não temos necessidade de um discurso
irreal de um Deus distante e de uma fraternidade não comprometida. Estamos em busca
de um Deus próximo. Buscamos uma fraternidade que, em meio aos sofrimentos, apoia
o outro e assim ajuda a ir adiante”. E exatamente por isto “nos sentimos chamados
a este concerto”. Um sinal de paz e fraternidade que vale também e, sobretudo, para
as famílias.
“Parece-me que esta mensagem – continuou Bento XVI – seja preciosa
também para a família, porque é na família que se experimenta pela primeira vez como
a pessoa humana não seja criada para viver fechada em si mesma, mas em relação com
os outros”. “É na família – concluiu o Pontífice – que se compreende como a realização
de si não está em se colocar no centro, guiados pelo egoísmo, mas em se doar; é na
família que se inicia a acender no coração a luz da paz para que ilumine este nosso
mundo”. (SP)