Pastoral Familiar: ajudando famílias em todo o Brasil
Milão
(RV) – O Congresso Teológico Pastoral, dentro do VII Encontro Mundial das Famílias,
prosseguiu na parte da tarde, com palestras em várias sedes da cidade. As famílias
continuaram a participar dos eventos. A presença brasileira no Encontro é maciça:
por onde passamos em Milão, notam-se grupos de movimentos e paróquias de todo o país,
do Amazonas ao Rio Grande do Sul.
Casais jovens, idosos, adolescentes e crianças
querem dar o seu testemunho e compartilhar as suas experiências. O Programa Brasileiro
contatou Vera e Tico, representantes das famílias brasileiras, enviados pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil a este Encontro. Provenientes de Salvador, na Bahia,
o casal, unido há 38 anos, conversou conosco. Vera relata seu trabalho na Pastoral
Familiar:
“A Pastoral Familiar se preocupa muito com as famílias, no estado
em que ela se encontra, não só a família constituída como o desejo, o sonho de Deus:
pai, mãe e filhos, mas a família constituída por avós, netos, mães solteiras, pais
solteiros, casais que foram casados, se separaram e constituíram novas famílias. Estas
famílias também estão incluídas na preocupação da Pastoral Familiar, não estão excluídas
da Igreja. Viúvas e pessoas sozinhas também. A Pastoral se preocupa com toda esta
gama de pessoas, para reaproximá-las da Igreja. As pessoas recebem conforto. A Igreja
e nós, constituídos pelo nosso pastor maior, que é Jesus Cristo, somos também pastores
para estas ovelhas que estão desgarradas, feridas ou magoadas. Nossa finalidade é
buscá-la, acolhê-la, carregar no colo, para podermos curar suas feridas e aproximá-las
da Igreja-mãe”.
Questionado sobre como aconselhar os casais e famílias com
dificuldades em manter-se unidas, Tico responde:
“Em primeiro lugar, devemos
estar atentos porque a família é um projeto, uma vocação que homens e mulheres são
chamados a viver. É uma resposta ao chamado de Deus. É preciso paciência, muita sabedoria
para enfrentar todos os revezes que a vida naturalmente nos reserva. É preciso muito
amor: em primeiro lugar a Deus, colocando-o no seio do casal, para que ele possa empreender
esta caminhada, que não é fácil. Mas se estivermos agregados a Deus, o jugo se torna
muito leve e suave, como nos ensinou o Senhor Jesus”.
Já a Diocese de Santo
Amaro, em São Paulo, tem outro tipo de atuação. Pe. Douglas, em Milão representando
o bispo, Dom Fernando Figueiredo, explica:
“Em nossa diocese, em particular,
a Pastoral Familiar já existe há algum tempo, mas tem algumas dificuldades em andar.
Agora estamos conseguindo alcançar algumas bases. Nosso trabalho primordial é com
os casais constituídos. Como segunda etapa, queremos chegar aos casais de namorados,
e na terceira etapa, os de segunda união e uniões de fato. É um problema bastante
difícil, principalmente a segunda união, pois existe em todo lugar e está se propagando.
Por isso, nós então estamos fazendo um trabalho mais de base do que propriamente de
remédio. Começando por lá atrás e educando para a virtude, para que se formem famílias
verdadeiramente cristãs”.
“Os leigos são importantíssimos neste papel, afinal
de contas a experiência de família é comum a todos, inclusive aos padres que vieram
de uma família, mas sobretudo àqueles que já são casados e vivem o dia a dia na sua
família”.