2012-06-01 16:45:02

Nigéria: bispos destacam atitudes pacificadoras da Igreja


Roma (RV) – A Igreja na Nigéria teve um papel de primeiro plano nos esforços de pacificação nacional, mas pode fazer mais, sobretudo promovendo uma classe política inspirada pelos valores do Evangelho e pelo ensinamento da Doutrina Social da Igreja.

Este é o fulcro da palestra proferida por Dom Matthew Hassan Kukah, Bispo de Sokoto, na Conferência "New Challenges for Catholic Peacebuilding", organizada em Roma em 30 de maio pelo Pontifício Conselho “Justiça e Paz” e pela Caritas Internationalis.

Em seu pronunciamento, Dom Kukah recordou brevemente o papel desempenhado pela Igreja desde a independência da Nigéria, em 1960, até hoje para preservar a unidade nacional e reconciliar os ânimos, principalmente depois da guerra de Biafra (1967-70).

A propósito, Dom Kukah destaca que "os Bispos católicos nigerianos desempenharam um papel do qual toda a Igreja deveria se orgulhar". "Se o Estado nigeriano tivesse tomado ato dessas intervenções, talvez a nossa condição seria outra”, continua Dom Kukah, referindo-se à chaga da corrupção e da seita Boko Haram, cuja primeira inspiração religiosa se transformou numa ação violenta, financiada por “pessoas com outras motivações".

Mas para além dos esforços feitos, qual é o impacto da Igreja na sociedade? "O cidadão médio nigeriano, seja muçulmano ou cristão, reconhece que os Bispos católicos foram realmente a voz dos sem voz", afirma Dom Kukah . "O verdadeiro desafio é ter um papel mais ativo ao mudar o caráter do cenário político, talvez, favorecendo um papel mais enérgico dos seus fiéis".

O Bispo de Sokoto nota que "já existem alguns católicos de projeção nacional na vida pública, como governadores, senadores, ministros e assim por diante. Porém, são mais o produto de outras influências políticas baseadas em apoios de tipo étnico ou partidário, do que pelo fato de serem católicos”. Por isso, é preciso, segundo Dom Kukah, investir na formação dos fiéis para instrui-los sobre a Doutrina Social da Igreja (e também sobre a Constituição nigeriana).

(Fides/RB)










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