2012-06-01 19:36:36

De Milão, a crónica de Cristiane Murray, sexta à tarde. Ouça


Milão (RV) RealAudioMP3
Bento VI chegou na tarde desta sexta-feira a Milão, onde participa do VII Encontro Mundial das Famílias, cujo tema é Família, Trabalho e Festa. Entretanto, o Congresso Teológico Pastoral prosseguiu na parte da tarde, com palestras em várias sedes da cidade. As famílias continuaram a participar dos eventos. A participação brasileira no Encontro é maciça: por onde passamos em Milão, notam-se grupos de movimentos e paróquias de todo o país, do Amazonas ao Rio Grande do Sul. Casais jovens, idosos, adolescentes e crianças querem dar o seu testemunho e compartilhar as suas experiências. O Programa Brasileiro contatou Vera e Tico, representantes das famílias brasileiras, enviados pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a este Encontro. Provenientes de Salvador, na Bahia, o casal, unido há 38 anos, conversou conosco. Vera relata seu trabalho na Pastoral Familiar:

“A Pastoral Familiar se preocupa muito com as famílias, no estado em que ela se encontra, não só a família constituída como o desejo, o sonho de Deus: pai, mãe e filhos, mas a família constituída por avós, netos, mães solteiras, pais solteiros, casais que foram casados, se separaram e constituíram novas famílias. Estas famílias também estão incluídas na preocupação da Pastoral Familiar, não estão excluídas da Igreja. Viúvas e pessoas sozinhas também. A Pastoral se preocupa com toda esta gama de pessoas, para reaproximá-las da Igreja”.
“As pessoas recebem conforto. A Igreja e nós, constituídos pelo nosso pastor maior, que é Jesus Cristo, somos também pastores para estas ovelhas que estão desgarradas, feridas ou magoadas. Nossa finalidade é buscá-la, acolhê-la, carregar no colo, para podermos curar suas feridas e aproximá-las da Igreja-mãe”.

Questionado sobre como aconselhar os casais e famílias com dificuldades em manter-se unidas, Tico responde:

“Em primeiro lugar, devemos estar atentos porque a família é um projeto, uma vocação que homens e mulheres são chamados a viver. É uma resposta ao chamado de Deus. É preciso paciência, muita sabedoria para enfrentar todos os revezes que a vida naturalmente nos reserva. É preciso muito amor: em primeiro lugar a Deus, colocando-o no seio do casal, para que ele possa empreender esta caminhada, que não é fácil. Mas se estivermos agregados a Deus, o jugo se torna muito leve e suave, como nos ensinou o Senhor Jesus”.

Já a Diocese de Santo Amaro, em São Paulo, tem outro tipo de atuação. Pe. Douglas, em Milão representando o bispo, Dom Fernando Figueiredo, explica:
“Em nossa diocese, em particular, a Pastoral Familiar já existe há algum tempo, mas tem algumas dificuldades em andar. Agora estamos conseguindo alcançar algumas bases. Nosso trabalho primordial é com os casais constituídos. Como segunda etapa, queremos chegar aos casais de namorados, e na terceira etapa, os de segunda união e uniões de fato”.
“É um problema bastante difícil, principalmente a segunda união, pois existe em todo lugar e está se propagando. Por isso, nós então estamos fazendo um trabalho mais de base do que propriamente de remédio. Começando por lá atrás e educando para a virtude, para que se formem famílias verdadeiramente cristãs”.

“Os leigos são importantíssimos neste papel, afinal de contas a experiência de família é comum a todos, inclusive aos padres que vieram de uma família, mas sobretudo àqueles que já são casados e vivem o dia a dia na sua família”.

De Milão, Cristiane Murray para a RV








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