Milão
(RV) – Aumenta a expectativa pela chegada do Pontífice. Esta manhã, a imprensa
milanesa confirmou oficialmente que desde a chegada do Papa, sexta-feira à tarde,
seu percurso de papamóvel, até a saudação às famílias e o discurso proferido na Praça
da Catedral, tudo será transmitido ao vivo em telões colocados nas principais praças
da cidade. A partir das 19h40, como programado, Bento XVI irá ao célebre Teatro alla
Scala.
Na Praça de San Fedele, por exemplo, o telão de 12 metros quadrados
será aceso antes da chegada do Papa e transmitirá vídeos sobre a história, a cultura
e a arte da cidade. Mais tarde, a cidadania poderá acompanhar também o concerto oferecido
pelo Teatro alla Scala ao Pontífice. Será a primeira vez que Bento XVI irá a este
célebre teatro, como pontífice.
Enquanto isso, o VII Encontro Mundial das
Famílias prossegue em pleno ritmo, com uma série de eventos paralelos e muitas vezes
simultâneos, na Feira de Milão. Palestras, conferências, coletivas de imprensa preenchem
os dias dos 7 mil inscritos. Eduardo Iça é um cirurgião dentista de Ribeirão Preto,
pertencente ao Movimento Totus Tuus e formador em sua comunidade há mais de 30 anos.
Está em Milão com a esposa. Eles não tiveram filhos, e a seu ver, o matrimônio está
na base da família, e se funda na amizade e do amor que sustentam o casal.
“Na
verdade, tudo se inicia com o casamento. Aliás, o casamento, o relacionamento dos
cônjuges, está fortalecido na amizade. Se o relacionamento é embasado e fortalecido
na amizade, onde o outro acolhe a miséria e a fraquezas, tem tudo para o outro crescer.
A família cresce, vêm os filhos, e é mais um motivo para estar juntos. Mas não é o
motivo. O motivo realmente é o amor que sustenta o casal, e partir do casal, dos filhos
que podem vir... no nosso caso, que não tivemos filhos da carne, mas espirituais,
vejo que o sentido é formar, formar para ser gente, para ser pessoa, para ser ela
mesma, com suas qualidades e fraquezas, e poder integrar estas qualidades e fraquezas,
porque as grandes dificuldades dos filhos, das pessoas e do próprio casamento é saber
que existem fraquezas mas qualidades também.
Muitas vezes se para na fraqueza,
na miséria, e não se cresce. Diante de cada fraqueza, de cada queda do cônjuge (palavra
que significa ajudar a carregar o jugo), entre os dois... e depois dos filhos, é
preciso compreender que é no respeito mútuo que se cresce, e a partir das quedas,
dos erros, aprender com eles.
Existe uma grande realização no matrimônio a
dois. Sou muito amigo de minha esposa. Dou graças a Deus por podermos caminhar juntos
na transparência, na verdade, e estar abertos para formar outros sem ter filhos da
carne”.