2012-05-31 20:03:37

Cardeal Turkson pede caminho da diplomacia para evitar guerra na Síria


Cidade do Vaticano (RV) - "Proteger a população é o primeiro dever de um governo. Rezo a fim de que o governo sírio ouça o enviado especial da ONU Kofi Annan, que está trabalhando muito para buscar a paz na Síria. Não podemos novamente correr o risco de outra guerra internacional como na Líbia."

Foi o que declarou à agência de notícias Sir o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson. O purpurado ganense falou à margem da coletiva de imprensa que concluiu o Seminário "Novos desafios para os católicos construtores de paz", organizado na sede do dicastério vaticano em união com a "Caritas Internationalis" e a "Catholic Peacebuilding Network".

O cardeal ressaltou o grande pesar do Papa pelo recente massacre em Hula, em que 180 pessoas perderam a vida, dentre as quais muitas crianças. "Devemos fazer todo o possível para evitar outra guerra internacional, ressaltou o purpurado compatriota de Kofi Annan.

Referindo-se à expulsão de embaixadores sírios por parte de alguns países ocidentais, o cardeal se disse contrário, porque "este não é o momento de romper os laços diplomáticos. Quem trabalha na atividade de mediação conhece o grande valor de manter abertos os canais, do contrário, como se pode mandar uma mensagem forte ao governo?" – perguntou-se.

"Creio que seja bom manter os canais – reiterou o Presidente de Justiça e Paz – para encorajar o governo sírio a respeitar o ponto de vista da comunidade internacional. Devemos encontrar um caminho diplomático para a paz, porque as bombas, em todas as guerras, matam indiscriminadamente militares e civis."

O seminário, que reuniu no Vaticano cerca de 50 personalidades de diversos países do mundo envolvidos em ações de paz – dentre os quais a Nigéria, Sri Lanka, Uganda, Somália, República Democrática do Congo, Colômbia, Mianmar e Filipinas –, se insere nas iniciativas pelo 50º aniversário da grande encíclica "Pacem in terris" de João XXIII, que será celebrado em 2013.

O Cardeal Tukson precisou que a "finalidade do encontro foi a partilha de métodos para contrastar a violência, reconciliar os grupos e construir a paz, inclusive através do diálogo inter-religioso".

Por sua vez, o Secretário-Geral da Caritas Internationalis, Michel Roy, ressaltou "a importância de agir juntos em nível internacional. Hoje, mais do que no passado, é necessário que todos os componentes da Igreja trabalhem unidos para promover a paz, que não deve ser imposta do alto, mas nascer da base" – observou. (RL)







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