2012-05-31 12:58:57

Bispos da América Central e EUA condenam leis "injustas" no Arizona e Alabama


Santo Domingo (RV) – Os bispos da América Central e dos Estados Unidos, reunidos em Santo Domingo, na República Dominicana, condenaram na quarta-feira as leis "injustas" contra a migração estabelecias nos Estados estadunidenses de Arizona e Alabama, que induzem à xenofobia e atentam contra o direito da Igreja de servir aos migrantes.

A declaração foi feita no encerramento do V Encontro regional da Pastoral da Mobilidade Humana, para analisar a problemática migratória do Caribe, América Central, México e Estados Unidos. Os delegados representando as Conferências Episcopais decidiram continuar seus esforços para que se realize uma reforma migratória integral nos Estados Unidos, que respeite os direitos dos migrantes, evite a separação das famílias e reduza as deportações.

Os Bispos criticaram o Governo dos Estados Unidos por ampliar o papel do Estado na aplicação das leis de imigração, "que conduz a abusos nos direitos fundamentais e ao estabelecimento de leis estatais injustas, como as de Arizona e Alabama, produto do medo diante da presença dos migrantes".

Em especial, os bispos se declaram preocupados com a situação dos filhos de migrantes indocumentados, que permanecem numa situação de limbo jurídico e alertaram para os terríveis sofrimentos que os migrantes enfrentam ao tentar entrar nos Estados Unidos, atravessando o território mexicano.

Aos políticos mexicanos, pedem que aprovem um visto de trânsito, que ofereça proteção e segurança aos centro-americanos que se dirigem aos Estados Unidos.

"A partir da América Central e em todo o México os membros do crime organizado sequestram os migrantes com a finalidade de extorquir suas famílias”, afirmam os bispos no documento final, em que recordam recentes massacres de indocumentados ocorridos nas cidades mexicanas perto da fronteira com os EUA.

Os participantes relacionaram esses crimes ao aumento permanente na região do tráfico de seres humanos, tanto sexual, quanto profissional, que submetem principalmente meninas e mulheres à escravidão.

"Nos preocupa a situação migratória de meninos e meninas não acompanhados, separados de suas famílias, expostas a inúmeros riscos, e o drástico aumento nas deportações a partir dos Estados Unidos.

No documento, os religiosos também condenam a "constante violação" a seus direitos que sofrem os migrantes haitianos que vivem na República Dominicana, onde encontram dificuldades para sua regularização, deportações desumanas e condições trabalhistas extremadamente degradáveis, como é o caso dos trabalhadores nas plantações de cana de açúcar.

(BF)







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