2012-05-30 12:06:31

Dom Roque fala sobre o assassinato de Aldo Mota


Boa Vista (RV) - O assassinato de Aldo Mota em janeiro de 2003 em Roraima ainda causa indignação na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O líder indígena, de 52 anos, foi encontrado morto por seus familiares em uma fazenda de propriedade de um ex-vereador. Quase 10 anos depois, o julgamento do caso na Justiça Federal se encerrou no dia 18 de maio passado, com a absolvição dos acusados. No julgamento, os acusados eram o antigo proprietário da Fazenda Retiro, o ex-vereador Francisco das Chagas Oliveira da Silva, conhecido como Chico Tripa, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante do crime; Elisel Samuel Martin e Robson Belo Gomes, acusados de serem os executores do assassinato.

A decisão da Justiça trouxe insatisfação aos familiares de Aldo Mota. Conforme o coordenador executivo das regiões das serras, Júlio Macuxi, em entrevista ao Portal da Amazônia, houve
falhas na acusação durante o julgamento. “A família de Aldo vai recorrer da decisão”, comentou. Para o Bispo de Romaria, Dom Roque Paloschi, esta morte está inserida no contexto da luta pela homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Em artigo, publicado no site da CNBB, o bispo afirma que agora é um momento de reflexão e determinação, e não se deve desanimar na busca justiça neste caso. “Os pobres e discriminados do Brasil clamam por justiça, a exemplo da viúva do Evangelho”, afirma Dom Roque, ao recordar o caso Ovelário Tames, que foi parar nos tribunais internacionais em 1995.

“O caso Aldo Mota não pode ficar na impunidade. Como é possível no Brasil moderno e democrático alguém ser assassinado e enterrado dentro de uma propriedade e tudo ficar como se nada houvesse acontecido?”, interroga-se o bispo no artigo.

(SP-CNBB)







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