Investigação no Vaticano sobre divulgação de documentos reservados: provação difícil,
enfrentada com espírito de fé, diz Pe. Lombardi
Cidade do Vaticano (RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico
Lombardi, concedeu nesta terça-feira uma coletiva a jornalistas sobre as investigações
em andamento acerca da questão da divulgação de documentos vaticanos reservados.
Na
abertura da coletiva, Pe. Lombardi reiterou, em primeiro lugar, a preocupação da Igreja
com as dramáticas notícias que chegam da Síria, bem como o pesar e a participação
pelos novos abalos sísmicos que sacudiram esta terça-feira o norte da Itália, deixando
15 mortos e mais de 200 feridos.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé
ressaltou que o Pontífice ficou particularmente sentido com esses dois episódios:
"Expressamos
toda a nossa participação no sofrimento dessas populações e o desejo de que se busquem
imediatamente soluções pacíficas. Do mesmo modo, expressamos nossa participação pelo
terremoto desta terça-feira no norte da Itália. Há, naturalmente, grande pesar e participação
do Santo Padre e de todos nós também por esse episódio."
O abalo sísmico não
causará, no estado atual, nenhuma modificação no programa da iminente viagem do Papa
a Milão para o VII Encontro Mundial das Famílias – precisou Pe. Lombardi.
Em
seguida, sobre a questão dos documentos vaticanos subtraídos pelo mordomo do Pontífice,
Paolo Gabriele, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé afirmou que Bento XVI está
acompanhando com atenção uma vicissitude que o deixa profundamente sentido.
O
sacerdote jesuíta confirmou a disponibilidade de Gabriele a colaborar com a magistratura
vaticana. Desmentiu a notícia de que em meio ao material reservado – encontrado na
casa do investigado – tenham sido descobertos envelopes prontos para serem enviados
a destinatários específicos. Foi também desmentida a noticia segundo a qual cinco
cardeais estariam sendo interrogados. O Papa e a Cúria – concluiu Pe. Lombardi – estão
vivendo o episódio como uma difícil provação, mas a enfrentam com espírito de fé e
de verdade:
"Buscamos reagir no modo correto, fazendo um caminho difícil em
busca da verdade para restabelecer a confiança e o bom andamento do governo da Igreja
e das suas instituições. É, sem dúvida, uma árdua provação para o Papa e para a Cúria
Romana. Fazemos votos de que a mesma possa ser adequadamente superada." (RL)