2012-05-29 13:34:57

A experiência brasileira na construção da paz. Ouça entrevista!


Cidade do Vaticano (RV) – Novos desafios para os católicos na construção da paz. Este é o título de um Seminário promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz nesta terça e quarta-feira na sede da instituição, em Roma.

Líderes católicos oriundos de regiões em conflito discutirão meios para restabelecer a paz e reconciliar grupos contrapostos.

“No Sudão, no Oriente Médio, na América Central, no Congo, na Colômbia e nas Filipinas, a Igreja Católica representa uma força fundamental para a paz, a liberdade, a justiça e a reconciliação”, afirma o Presidente do Pontifício Conselho, Cardeal Peter Turkson. “Mas essa impressionante e corajosa consolidação da paz muitas vezes permanece desconhecida, insuficientemente analisada e apreciada”, completa.

Antecipando os 50 anos da Encíclica Pacem in terris, do Papa João XXIII, este Seminário espera obter dois resultados: contribuir para uma melhor cartografia e análise das principais práticas católicas de consolidação da paz contemporâneas efetuadas de diversas maneiras e em diversos níveis da sociedade; e extrair da Pacem in terris os ensinamentos que podem inspirar a pesquisa da teologia católica, a ética, a prática e a espiritualidade de consolidação da paz.

O evento é organizado em parceria com a Caritas Internacional e outras instituições. Participam do seminário Cardeais, Arcebispos e especialistas no setor, como o Arcebispo de Gulu, em Uganda, Dom John Baptist Odama, o de Kisangani, na República Democrática do Congo, Dom Marcel Utembi Tapa.

A Caritas Brasileira também está representada, com o Presidente, Dom Flávio Giovenale, Bispo de Abaetetuba (PA), e a Diretora-Executiva Nacional, Maria Cristina dos Anjos. Entrevistada pelo Programa Brasileiro, Cristina fala que embora não exista um conflito latente no Brasil, a experiência do seminário pode ser útil para enfrentar a violência na realidade brasileira: RealAudioMP3

Na verdade, vamos mais conhecer o que há de boas práticas nessa linha de diálogo de construção de paz, seja na Colômbia, Bangladesh e outros países. Nós vamos muito mais aprender, trazendo também as nossas reflexões na medida em que tivermos e visualizarmos algum acúmulo nosso nessa área. O Brasil não enfrenta concretamente experiências onde esse diálogo de construção de paz seja crucial. Embora o que a gente perceba é que hoje o narcotráfico no país, o número de jovens que são mortos na favela também por causa do tráfico, nos chama e nos desafia a avançar neste diálogo de reconstrução de paz. Não é um enfretamento de guerrilhas, de grupos étnicos, é diferente. Há uma violência no país cotidiana e grande e que às vezes você não percebe o quanto o fato é violento. Mas nós entendemos que é necessário ter um olhar para esta realidade, principalmente para a questão dos jovens, e perceber de que maneira, com outros organismos como Justiça e Paz no Brasil, podemos nos ajudar e ajudar esses jovens a enfrentar essa realidade.”

(BF)








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