Cidade do Vaticano (RV) - O editorial semanal do Diretor da RV, Pe. Federico
Lombardi, lembra a atualidade de Pentecostes.
"Nas breves palavras dirigidas
segunda-feira aos cardeais de Roma, o Papa falou dos combates travados pela Igreja
em seu caminho ao longo do tempo: Igreja “militante” – como se dizia antigamente –
Igreja que luta pelo bem e contra o mal, o mal por vezes evidente, prepotente e violento,
insidioso e fantasiado de bem. Citando Santo Agostinho, Bento XVI descreveu a dimensão
interior da luta como alternativa entre dois amores: o de si, que leva a esquecer
Deus, e o de Deus, que leva ao esquecimento de si.
Santo Inácio de Loyola,
em um trecho crucial dos “Exercícios Espirituais”, nos diz a mesma coisa, com imagens
diferentes: devemos decidir entre ficar sob a bandeira do demônio ou sob a de Jesus.
Ao escolhermos a primeira, optamos pela riqueza, as honras vãs, a soberba e todos
os outros vícios. Se estivermos sob a bandeira de Jesus, amaremos a pobreza – espiritual
e material – teremos humilhações, humildade e a partir daí, todas as outras virtudes.
Está claro? É atual ou não?
Santo Inácio diz que na primeira direção encaminham-se
espíritos enganadores que prometem felicidade, mas na realidade, tecem redes e laços
em nosso caminho e nos escravizam. Na segunda direção – a certa – o convite vem dos
“servos e amigos” de Jesus, mestres de espírito e de discernimento evangélico.
O
Papa falou também dos “bons amigos” que nos acompanham e nos ajudam a permanecer com
o Senhor durante a luta. Peçamos juntos o dom do Espírito de discernimento, de consolo
e coragem para as “noites sombrias” de nossos tempos, a fim de que, da confusão de
Babel, que ameaça sempre a sociedade e a Igreja, passemos continuamente ao diálogo
e à comunhão de Pentecostes". (Tradução de CM)