2012-05-24 15:38:42

Egito: 50 milhões de eleitores escolhem novo presidente


Alexandria, (RV) – “Um evento histórico particular, para o Egito, que, talvez pela primeira vez em sua história, poderá escolher livremente seu presidente”. Com estas palavras Dom Botros Fahim Awad Hanna, bispo auxiliar copta-católico de Alexandria, saúda com satisfação o voto que dará ao Egito o primeiro presidente do pós-Mubarak. As urnas foram abertas nesta quarta-feira, 23, e serão fechadas nesta quinta-feira para mais de 50 milhões de eleitores que devem escolher o novo presidente entre 12 candidatos.

“No passado – afirma o bispo em entrevista – as eleições presidenciais eram de alguma maneira direcionadas, quase uma formalidade. Desta vez o povo pode escolher entre um leque de doze candidatos no segredo da urna. Acredito que seja fruto da revolução da Praça Tahrir”. No entanto, o prelado não esconde algumas preocupações: “Não estamos ainda acostumados com a democracia, existe certa preocupação entre as pessoas porque o futuro é incerto, mas existe também a consciência de que está nas mãos do povo escolhendo um novo presidente”.

“Medo que se percebe de modo particular as minorias que temem que os islâmicos ocupem todos os centros de poder no Egito, e portanto, destaca o bispo, também a presidência. Existe um setor islâmico integralista, com o risco de colocar em jogo a própria identidade do Egito”. Em relação ao voto dos cristãos, Dom Hanna esclarece que a Igreja católica não fez nenhuma indicação de voto, mas só o convite a considerar “os valores fundamentais para a escolha do candidato”.

Previsível um apoio cristão aos candidatos liberais como Amr Moussa ou Ahmed Shafig, afirmam algumas fontes no Cairo que pediram o anonimato por razões de segurança; “não se deve excluir que uma parte do voto copta-ortodoxo” possa ir também ao islâmico moderado Abulfutuh, “numa espécie de autodefesa, quase para dizer: estou com os islâmicos para evitar problemas futuros”.

Grandes são as esperanças nestas eleições que, se espera, sejam as mais críveis e transparentes dos últimos 60 anos na história do País. Imponente o esquema de segurança para garantir o livre trabalho de 14.500 juízes eleitorais e 65 mil funcionários da Comissão eleitoral para seguir o processo.

Como observadores estão presentes também 49 organizações locais e estrangeiras, entre as quais o Carter Center do ex-Presidente dos EUA, Jimmy Carter. (SP)








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