Presidente interino do Mali dirige transição de 12 meses
O Presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré, vai dirigir o período de transição
de 12 meses no país – refere a Panapress, contando fontes oficiais. O acordo sobre
esta transição foi assinado domingo passado entre a Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO), o Presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré, e
a junta militar. O documento foi também assinado pelo primeiro-ministro do país, Cheikh
Modibo Diarra. No quadro do mesmo acordo, um estatuto de ex-Presidente da República
será concedido ao capitão Sanogo, autor do golpe de Estado de Março passado. A
fase interina de 40 dias dirigida por Dioncounda Traoré, em conformidade com a Constituição
maliana, termina a 22 deste mês. Por outro lado, o Parlamento maliano adoptou,
nas vésperas da assinatura deste acordo, uma lei de amnistia a favor dos autores do
golpe de Estado de 22 de Março e dos seus aliados. Aministiadas ficam também as infracções
cometidas entre 21 de Março e 12 de Abril últimos no âmbito da insurreição militar
que derrubou o então Presidente da República, Amadou Toumani Touré. Entretanto,
ontem segunda-feira, em reacção ao acordo, o Presidente interino Dioncounda Traoré
foi agredido no Palácio Presidencial por um grupo de manifestantes favoráveis aos
golpistas. Dionconda foi transportado ao hospital e medicado na testa, mas a sua vida
não está em perigo, informa o jornal on line Afrik.com. Segundo este jornal a
população manifestou a sua indignação por este gesto dos manifestantes que respondiam
ao apelo da COPAM (Coordenação de organizações patrióticas do Mali e de determinadas
associações juvenis, nomeadamente o movimento Yéréolo Ton. Também a Frente para
a Salvaguarda da Democracia e da Republica (FDR) emitiu um comunicado em que condena
essa agressão. A FDR interroga-se sobre a protecção do Palácio Presidencial e do Presidente
interino, mostrando-se surpreendida que tais manifestantes tenham podido penetrar
no Palácio, onde aliás, Diouncounda estava a receber uma delegação de contestatários.
Por seu lado o primeiro ministro Cheick Modibo Diarra, numa mensagem à Nação, denunciou
a referida agressão e apelou todos à calma, à serenidade e sobretudo a renunciar a
marchas inoportunas.