2012-05-17 18:00:11

Bispos de todo o mundo pedem transparência finaceira das indústrias extrativistas


Bruxelas (RV) – 17 bispos do mundo todo endereçaram um apelo à União Europeia pedindo que as autoridades exijam transparência financeira às indústrias extrativistas atuantes nos países em desenvolvimento. O documento com a requisição foi assinado por prelados da Argentina, Áustria, Bélgica, Camarões, Chade, Colômbia, Chile, Congo, França, Alemanha, Peru, Congo Brazaville e Reino Unido.

Lê-se no apelo que “é necessária a transparência para combater a corrupção e a evasão fiscal”, considerado o fato de que “as companhias multinacionais privam os países em desenvolvimento de cerca de 125 bilhões de euros por ano”. Os bispos ressaltam que a crise atinge a economia e a sociedade a cada dia de modo mais duro, principalmente os pobres, por isso o pedido de maior moralidade dentro do sistema financeiro, já que, conforme escrevem “a avidez de poucos ameaça a sobrevivência dos mais vulneráveis”.

No documento, pedem “novas regras para assegurar que a riqueza produzida, principalmente aquela derivada da exploração dos recursos naturais, não seja monopolizada em benefício exclusivo de uma minoria”. A esse respeito, inclusive com a participação da Igreja Católica, foi instituída, há dez anos, a nível internacional, a “Eiti”, ou a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativistas. Trata-se de um padrão global de transparência na atuação de empresas de gás, óleo e mineração, segundo o qual as indústrias extrativistas devem tornar público o quanto extraem e o quanto pagam ao país do qual estão extraindo, e este, por sua vez, deve prestar contas do quanto recebe.

Os bispos reconhecem o valor da Eiti, mas pede à União Europeia que melhore os standards internacionais sobre a transparência, inclusive estabelecendo um mínimo a ser pago, por parte das companhias extrativistas, ao país onde estão atuando. O objetivo seria o de facilitar a monitoração, por parte da população, de que as indústrias extrativistas estejam contribuindo adequadamente à economia nacional.

Encorajando, por fim, os governos dos países detentores dos recursos naturais a assegurarem-se de que os acordos sobre as extrações beneficiem a população, os signatários do apelo pedem a introdução de um regulamento válido que peça maior transparência das companhias operantes em todos os setores da economia, contribuindo com a instalação de um sistema financeiro que contribua com os pobres, que dê suporte à luta contra a corrupção e que permita uma distribuição justa da riqueza. (ED)








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