Depressão: como identificar os sintomas e ajudar o doente
Cidade do Vaticano (RV) – Identificar quando um ente querido sofre de depressão
é o primeiro passo no caminho para sua recuperação. A doença se caracteriza por um
sentimento de tristeza prolongado, acompanhado da perda da capacidade de aproveitar
os acontecimentos da vida além de uma sensação de desengano e cansaço generalizado.
Quem explica é Dr. Jorge Rodríguez Sanches, assessor para o tema da Organização
Pan-americana de Saúde (OPS).
“Um quadro inicial que, aparentemente, poderia
representar uma manifestação de tristeza como reação normal pode se converter em depressão.
As causas da depressão podem ter diferentes origens: muitas vezes são fatores ambientais
relacionados com a vida familiar, social e comunitária da pessoa como, por exemplo,
a perda de um ente querido. Por outro lado, muitas vezes também a doença aparece por
pré-disposições biológicas e até mesmo genéticas”.
Esse fator biológico, contudo,
não atesta que uma pessoa é mais suscetível a desenvolver a doença.
“Em alguns
históricos nos quais a depressão tem base biológica, como no caso da bipolaridade,
essa pessoa que já sofreu episódios depressivos corre o risco de ter recaídas”.
Contudo,
fatores externos tais como crise econômica e também o desemprego podem desencadear
quadros depressivos.
“Todas as situações cujos resultados são traumáticos
ou desagradáveis podem se converter em fatores traumáticos que, em alguns casos, geram
um estado de baixa que pode evoluir para uma depressão patológica”.
Não há
um fator determinante para o surgimento da depressão. A doença afeta todas as classes
sociais. Apesar disso, as estatísticas revelam que as mulheres sofrem mais com a depressão
do que os homens. A doença aparece com mais frequência em adultos acima dos 45 anos.
Uma das chaves para a cura é sua identificação precoce.
“A primeira recomendação
é que muitas vezes ajuda uma pessoa a superar um quadro de tristeza potencialmente
depressivo é o apoio externo do ponto de vista social. A própria família e os amigos
que estão em torno, ao invés de castigar, condenar essa aparente tristeza precisam
estender a mão e dar-lhe novas atividades para que se desvie do foco da tristeza.
Entretanto, se os esforços não dão resultados e o quadro se prolonga e isto interfere
na vida da pessoa – que já não quer mais levantar da cama, estudar, trabalhar, cuidar
dos seus filhos e passa o dia inteiro chorando pela mesma causa – é preciso levá-la
a um médico. Primeiramente, a um clínico geral que, se necessário, encaminhará a ajuda
especializada”.