Maputo (RV) – A Conferência dos religiosos de Moçambique (Cirm-Conferemo) escreveu
uma carta aberta para expressar “publicamente a própria indignação e protesto” contra
os sempre mais frequentes ataques de que são vítimas religiosos e religiosas no país.
A última vítima foi o Missionário da Consolata Padre Valentim Eduardo Camale,
assassinado em 3 de maio passado em Liqueleva durante um roubo à missão.
Apesar
da onda de assaltos às casas religiosas de Moçambique, este foi o primeiro caso que
terminou com uma vítima fatal, o que levou os responsáveis pelos institutos a manifestarem
a sua indignação: “Queremos chamar a atenção do poder público, que tem o dever constitucional
de promover a segurança do seu povo, e também de toda a sociedade, para que tomem
atitudes no que se refere à sua segurança pessoal e dos seus, e no rompimento do ciclo
de violência”, declarou Ederaldo Oliveira, pedindo a todas as comunidades religiosas
que reforcem a proteção e aconselhem os seus membros a não oferecerem resistência
em caso de roubo.
Em nome da Conferência, o sacerdote manifestou solidariedade
para com os missionários da Consolata e familiares do Padre Valentim, que foi sepultado
em sua terra natal, na província de Cabo Delgado. “Partilhamos da dor e comungamos
da mesma esperança. Esperança, na ressurreição, no amor e na fraternidade, e num mundo
melhor, onde reine e justiça, a solidariedade e a paz!”.