2012-05-14 19:44:35

Nova Evangelização e "Evangelii Nuntiandi": anunciadores do Evangelho com o fervor dos santos


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro dedicado à nova evangelização. Neste espaço, tendo em vista o Sínodo dos Bispos que se realizará em outubro próximo, no Vaticano, justamente sobre a nova evangelização, temos aproveitado nossos encontros semanais para uma revisitação a alguns documentos magisteriais que versam sobre a missionariedade da Igreja que, por sua natureza, é missionária.

Nesse sentido estamos revisitando – em fase de conclusão – a "Evangelii Nuntiandi", de 1975. De fato, nesta edição trazemos o nº 80 da Exortação Apostólica, com o qual o Papa Paulo VI conclui o importante Documento que conferiu um notável dinamismo à ação evangelizadora da Igreja nas décadas que se seguiram.

Considerando a profundidade de conteúdo, a extensão do referido número e o tempo de que dispomos neste espaço de formação e aprofundamento, nesta edição vamos nos ater à primeira parte do nº80, no qual Paulo VI relança a prioridade da Evangelização.

O nº 80 da "Evangelii Nuntiandi" tem por título "Com o fervor dos santos", e – na primeira parte – diz o seguinte:

80. "Outro nosso apelo, aqui neste ponto, inspira-se no fervor que se pode observar sempre na vida dos grandes pregadores e evangelizadores, que se consagraram ao apostolado. Entre estes, apraz-nos realçar, particularmente, aqueles que, no decorrer deste Ano Santo, nós tivemos a dita de propor à veneração dos fiéis. Eles souberam superar muitos obstáculos que se opunham à evangelização.
De tais obstáculos, que são também dos nossos tempos, limitar-nos-emos a assinalar a falta de fervor, tanto mais grave por isso mesmo que provém de dentro, do interior de quem a experimenta. Essa falta de fervor manifesta-se no cansaço e na desilusão, no acomodamento e no desinteresse e, sobretudo, na falta de alegria e de esperança em numerosos evangelizadores. E assim, nós exortamos todos aqueles que, por qualquer título e em alguma escala, têm a tarefa de evangelizar, a alimentarem sempre o fervor espiritual.(130)
Este fervor exige, antes de mais nada, que nós saibamos banir os álibis que pretendessem opor-se à evangelização. Os mais insidiosos são certamente aqueles para os quais se presume encontrar um apoio neste ou naquele ensinamento do Concílio.
É assim que se ouve dizer, demasiado freqüentemente, sob diversas formas: impor uma verdade, ainda que seja a verdade do Evangelho, impor um caminho, ainda que seja o da salvação, não pode ser senão uma violência à liberdade religiosa. De resto, acrescenta-se ainda: Para que anunciar o Evangelho, uma vez que toda a gente é salva pela retidão do coração? E sabe-se bem, além disso, que o mundo e a história estão cheios de sementes da Palavra. Não será, pois, uma ilusão o pretender levar o Evangelho aonde ele já se encontra, nestas sementes que o próprio Senhor aí lançou?
Quem quer que se dê ao trabalho de aprofundar, nos mesmos documentos conciliares, os problemas em base aos quais esses álibis são formulados, de maneira demasiado superficial, encontrará uma visão totalmente diversa da realidade.
É claro que seria certamente um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará, e isso, sem pressões coercitivas, sem persuasões desonestas e sem aliciá-la com estímulos menos retos,(131) longe de ser um atentado à liberdade religiosa, é uma homenagem a essa liberdade, à qual é proporcionado o escolher uma via que mesmo os não-crentes reputam nobre e exaltante" – concluímos aqui a primeira parte do nº 80.

Paulo VI nos chama ao fervor na evangelização. Com medo de propor uma verdade, não se evangeliza. O Papa Montini recorda que evangelizar é um ato de caridade. Se Cristo é o Salvador do mundo, então o homem tem o direito de o saber.

Deus oferece a sua salvação a todos os homens, mas isso não nos exime de evangelizar. O anúncio não é um impor. O ato de fé – sendo estruturalmente livre – jamais pode ser imposto, seria uma negação da própria fé.

Amigo ouvinte, na próxima edição continuaremos com o nº 80 da "Evangelii Nuntiandi". Por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)







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