Papa apela à solidariedade e à caridade na Eucaristia presidida em Arezzo
(13/05/12) O Papa partiu esta manhã às 8 horas para a Diocese italiana de Arezzo-Cortona-San
Sepolcro. Depois das boas-vindas o Papa deslocou-se imediatamente para a o Parque
de Prato, junto à Catedral de Arezzo, onde celebrou a Eucaristia, com a participação
de umas 30 mil pessoas. Na homilia, Bento XVI sublinhou a dimensão de amor a Deus
e ao próximo de que falavam as Leituras, exortando a manter vivo, nestes tempos de
crise económica e social, a solidariedade e a atitude de acolhimento e proximidade
que marcaram no passado estas terras, tendo bem presente o espírito de Francisco de
Assis. “Esta terra, onde nasceram grandes personalidades do Renascimento teve
parte ativa na afirmação daquela concepção do homem que marcou a história da Europa,
fortalecendo-se com os valores cristãos” - observou o Papa. No contexto da Igreja
italiana, empenhada sobre o tema da educação, e nesta Região (da Toscânia) pátria
do Renascimento, precisamos de nos interrogar que visão do homem somos capazes de
propor às novas gerações – considerou Bento XVI. “A Palavra de Deus, que ouvimos,
é uma forte convite a viver o amor de Deus para com todos, e a cultura destas terras
tem entre os seus valores distintivos a solidariedade, a atenção aos mais débeis,
o respeito pela dignidade de cada um. O acolhimento , que mesmo em tempos recentes,
soubestes dar a quando vieram em busca de liberdade e de trabalho, é bem conhecido.
Sermos solidários com os pobres é reconhecer o projeto de Deus Criador, que fez de
todos uma só família”. Não faltou uma alusão do Papa às dificuldades concretas
que também nesta zona de Itália vive a população devido à atual crise: “A complexidade
dos problemas torna difícil individuar as soluções mais rápidas e eficazes para sair
da situação presentes, que afeta especialmente as faixas mais débeis e muito preocupa
os jovens. A atenção aos outros, desde séculos remotos, levou a igreja a solidarizar-se
concretamente com quem se encontra em necessidade, partilhando recursos, promovendo
estilos de vida mais essenciais, contrastando a cultura do efémero, que iludiu muitos,
determinando uma profunda crise espiritual” O Papa convidou os fiéis deste diocese
– “enriquecida pelo luminoso testemunho do Pobrezinho de Assis – a continuar a estar
atenta e solidária para com quem se encontra em necessidade, ensinando a “superar
lógicas puramente materialistas, que muitas vezes marcam o nosso tempo e acabam por
debilitar o sentido de solidariedade e de caridade”. Na conclusão da Missa, antes
da oração mariana do tempo pascal, Regina Coeli, o Papa convidou os fiéis que tomaram
parte na missa em Arezzo a congregarem-se espiritualmente perante a imagem de Nossa
Senhora do Conforto, venerada na catedral da cidade. Como Mãe da Igreja - disse Bento
XV - Maria Santíssima quer sempre confortar os seus filhos nos momentos de dificuldade
e de sofrimento. E a cidade de Arezzo já experimentou muitas vezes o seu materno socorro.
Por isso, também hoje confiamos à sua intercessão todas as pessoas e as famílias mais
necessitadas da vossa comunidade. O Papa invocou também, através de Nossa Senhora,
o conforto moral para toda a Comunidade de Arezzo e de toda a Itália para que resistam
à tentação de desanimar perante a crise. Fortificados na tradição humanística, retomem,
decididamente, o caminho da renovação espiritual e ética, o único capaz de conduzir
a um autêntico melhoramento da vida social e civil. Concluída a Missa, o Papa
deslocou-se de automóvel à catedral de Arezzo, em visita privada. Acolhido pelos Cónegos
, o Papa deteve-se na capela do Santíssimo Sacramento, para um momento de oração eucarística,
venerando aí também a imagem de Nossa Senhora da Consolação, a que os fiéis de Arezzo
são muito devotos. Encontravam-se presentes as monjas carmelitas descalças de um mosteiro
da região. Seguidamente, através de uma passagem interna, Bento XVI passou da catedral
ao paço do bispo, onde almoça com os Bispos da Toscânia.
De tarde o Santo
Padre partirá, às 17 horas, de helicóptero, para o santuário franciscano de “La Verna”.
Ao fim da tarde, a última etapa: Borgo San Sepolcro, cidade construída há mil anos
em honra das relíquias do Santo Sepulcro e inspirada nos valores da justiça e da paz.
Ali terá um encontro com a população. Depois, o regresso ao Vaticano, sempre de helicóptero.