2012-05-12 09:46:38

Octava Dies: Tráfico de pessoas


Cidade do Vaticano (RV)* - Tráfico de pessoas. Entre os dramas do nosso mundo, é um dos mais horríveis. Como é possível chegar a tal nível de degradação moral a ponto de considerar as pessoas como simples objetos a serem explorados, reduzi-las à escravidão e abusos sistemáticos em troca de dinheiro? É um mistério. Não somente toda sombra de respeito pela dignidade alheia desaparece, mas também todo e qualquer traço de sensibilidade humana.

Diz-se que pela quantidade de negócios, somente o tráfico de armas supera o de pessoas. E as novas tecnologias de comunicação estão sendo largamente utilizadas para favorecê-lo em nível internacional.

Fez bem o Pontifício Conselho Justiça e Paz ao sediar um encontro no qual a Conferência Episcopal Inglesa discutiu com um amplo público de organizações eclesiais a sua experiência de compromisso contra essa praga terrível, em colaboração com as instituições públicas de polícia e luta contra o crime, também bem representados.

O testemunho de uma jovem enganada que acabou caíndo no mundo da prostituição provocou comoção geral e confirmou – como no caso dos abusos de menores – que o compromisso concreto de quem quer realmente lutar contra as raízes do mal deve partir do compartilhamento pessoal profundo do sofrimento das vítimas.

Justamente no reencontrar as vias de uma relação pessoal que reconheça e faça reviver a presença e a dignidade da alma nos corpos violentados é que está a contribuição dos fiéis, uma contribuição da qual também as forças de polícia sentem absoluta necessidade para que a sua luta atinja, enfim, o resultado da liberdade e do renascimento das vítimas.

As religiosas estão, necessariamente, na primeira fila deste compromisso, porquê são mulheres e mais livres para assumir os altíssimos riscos deste serviço. A Igreja deve colocar a disposição a sua experiência em humanidade e cura espiritual e a sua presença internacional para colaborar com quem combate nas batalhas mais difíceis contra o mal no mundo.


*Pe. Federico Lombardi
Diretor-Geral da Rádio Vaticano







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