Tráfico de pessoas demonstra decadência moral da Europa
Cidade do Vaticano (RV) – Na Audiência Geral desta quarta-feira, Bento XVI
fez uma saudação especial aos participantes do Congresso internacional sobre o tráfico
de seres humanos, organizado a convite do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz.
Realizado
nesta terça-feira, 8, na sede do Pontifício Conselho, especialistas de todo o mundo
se reuniram para dar início a um processo de colaboração entre Igrejas, polícias e
organizações internacionais para lutar contra este fenômeno.
O Programa
Brasileiro contatou um dos participantes, o Secretário-Geral do Conselho das Conferências
Episcopais Europeis, o Mons. Duarte da Cunha, que falou da importância do evento:
Mons.
da Cunha: - "É muito evidente que o drama do tráfico humano é algo que não só
é muito sério e muito grave, como também começa a se criar uma rede de pessoas interessadas
e é muito interessante que a Igreja neste campo tenha uma liderança grande, com ONGs
sérias, com a polícia, com várias autoridades. Existe uma íntima relação entre o tráfico
humano e todo o problema da paz, o problema da pobreza, da desestruturação da família,
porque são exatamente as pessoas mais vulneráveis, como menos redes sociais, e por
isso sonhando um mundo diferente, que são mais facilmente agarradas por essas redes
de tráfico e depois são tratadas como coisas e não como pessoas."
O que se
poderia dizer em relação especificamente a Brasil e Portugal, pois se sabe que existe
uma rota que leva brasileiros e brasileiras a Portugal com fins sexuais, que como
demonstrou um divulgado pelo Pontifício Conselho é um dos principais fins do tráfico
de seres humanos?
Mons. da Cunha: - "De fato, em Portugal existe uma
série de equipes que tenta, primeiro, encontrar as vítimas do tráfico humano, sobretudo
as mulheres que são abusadas sexualmente e que são tratadas como produto, e isso faz
certamente ligação com os países de origem, sobretudo com o Brasil. Portugal, infelizmente,
como os países europeus, vive uma decadência moral em que parece não nos importar
o fato de uma pessoa vir para ser usada por nós. E por isso essa tomada de consciência
que a Igreja tem muito a peito de ajudar as pessoas a perceberem que não é possível
tratar uma pessoa como uma coisa. Mas aqui entramos no problema da Nova Evangelização."
Clique aqui para ouvir a entrevista completa: (BF)