Înteligência, fé, amor: Editorial do Padre Lombardi
“Inteligência, fé e amor” é tema do editorial desta semana do nosso Director, P. Lombardi,
que retoma o discurso de Bento XVI na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Hospital
romano da Universidade Católica Italiana.
*** “Sem amor, também a ciência
perde a própria nobreza. Só o amor pode garantir a humanidade da investigação”. Assim
concluía o seu discurso quinta-feira de manhã na Faculdade de Medicina e Cirurgia
da Universidade Católica Sagrado Coração. Uma resposta profunda e tocante a uma difusa
necessidade de orientação sólida e elevada.
“Rico de meios, mas não outro
tanto de fins, o homem de hoje, como que deslumbrado pela eficácia da técnica, esquece
o horizonte fundamental da busca de sentido”.
Mais uma vez o Papa enfrenta
a questão da confiança na inteligência, na razão; ele refere-se ao cristianismo como
“religião do saber”, que não relega a fé para o âmbito do irracional, mas que vê a
origem e o sentido da realidade toda na “Razão criativa”. A união da razão e da fé
é garantia da fecundidade de ambas; enquanto que a separação das duas leva a um “empobrecimento
ético” que nos torna incapazes de avaliar se o que é tecnicamente possível é também
moralmente bom e capaz de conduzir ao bem da humanidade. Mas o Papa foi para além
disto, dizendo que a ciência e a investigação médica estão tão ligados à cura da pessoa
humana que nelas se torna particularmente evidente quão necessária é a luz do amor;
quão vital é o nexo entre o empenho científico e a dedicação apaixonada ao bem do
homem; um homem que sofre e se encontra confrontado com as perguntas mais profundas
sobre o sentido da vida. Então, a “dedicação da inteligência e do coração tornam-se
sinais da misericórdia de Deus e da sua vitória sobre a morte”. Que inspiração
mais entusiasmante e forte para todo e qualquer empenho da inteligência a favor do
homem?! De resto em que deveria empenhar-se a inteligência do homem, senão nisto?