Cidade do Vaticano (RV) - A liturgia deste domingo
se refere ao crescimento da Igreja e, naturalmente, às tensões que se verificam em
qualquer relacionamento humano.
A primeira leitura, tirada dos Atos dos Apóstolos,
se refere a Paulo, a seu trabalho e à desconfiança que a Comunidade tinha em relação
ao antigo perseguidor. A seu favor surge Barnabé que o apresenta aos Apóstolos e salienta
suas qualidades de conhecedor da Sagrada Escritura e de ter dito sim ao chamado de
Jesus no caminho de Damasco, de ter aderido totalmente ao Senhor e de se ter tornado
o grande pregador do Evangelho. Paulo vive plenamente o encontro com Jesus. Ele
precisou e teve o apoio de um de seus companheiros na fé – Barnabé – e também da Comunidade.
O
trecho da 1ª Carta de João, a segunda leitura na liturgia deste domingo, revela que
Paulo estava totalmente imbuído do Espírito do Senhor, por isso suas ações eram frutos
do amor que o Pai havia colocado nele.
O Evangelho de João nos fala da videira
que é Jesus e do Agricultor que é o Pai. Jesus é a videira verdadeira porque só Ele
produz os frutos desejados pelo Pai, ou seja, a justiça, a retidão e o amor. O Pai
é o agricultor porque cuida de sua videira para que ela dê os bons frutos que Ele
deseja. Nesse trabalho de cuidar da videira, o Pai a poda. Ele o faz para que ela
dê frutos excelentes e abundantes. A poda é um reforço e não um desejo de ver a videira
sofrer. Ela não é castigo, provação e sim graça.
O texto evangélico nos fala
em permanecer unido à videira. Ora, somos os ramos e permanecer unidos significa estar
plenos de amor, unidos ao Amado. Será essa união que nos possibilitará dar frutos.
O
batismo nos inseriu no tronco. Por ele nos tornamos membros da videira, seus ramos.
Em nós passou a correr a seiva da graça de Deus, a força do Espírito Santo, a Vida!
Paulo
passou de perseguidor a um dos ramos enxertados na videira que é o Corpo Místico de
Cristo e que se deixou podar sempre que necessário. Ele se tornou um dos alicerces
da Igreja, uma de suas grandes colunas. A graça recebida não foi em vão!
Cada
um tem sua vida, sua vocação, sua história. Vivamos a nossa, conscientes de que a
graça nos é dada e de que o importante é nos abrirmos à ação de Deus, e não quem somos.
Lembremo-nos de Paulo, o convertido e de Maria, a cheia de graça, ambos unidos
á Videira Verdadeira, Jesus Cristo.