2012-05-04 14:02:21

Sacerdote denuncia tragédia no Kivu do Norte


Roma (RV) - “No primeiro trimestre de 2012, somente no Kivu do Norte, os deslocados aumentaram em 241 mil unidades”, denuncia à agência Fides Padre Loris Cattani, missionário xaveriano animador da “Rede Paz para o Congo”. A população do Kivu do Norte, leste da República Democrática do Congo, é obrigada a fugir das violências cometidas por militares que desertaram das fileiras do exército.

Os desertores são militares provenientes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo, integrados nos exército nacional em 2009 (com base nos acordos de paz), mas ainda sob o comando do general Bosco Ntaganda, acusado de crimes contra a humanidade e procurado pela Corte Penal Internacional.

Segundo a ONU o total de pessoas deslocadas na República Democrática do Congo supera os 2 milhões. Rede Paz para o Congo tinha denunciado as violências cometidas pelos militares desertores no Norte e no Sul do Kivu, mas segundo as últimas informações, a situação mais grave encontra-se no Kivu do Norte.

“No Kivu do Sul, parece que a saída em massa dos militares tenha terminado: muitos soldados desertores retornaram às fileiras do exército regular enquanto alguns comandantes que haviam incitado à rebelião foram detidos” afirma Padre Cattani.

A diferente situação entre o Norte e o Sul do Kivu se deve ao fato, segundo Padre Cattani, que Bosco Ntaganda há sua fortaleza no Norte, sobretudo no territorio dos Masisi. “Não sei muito bem porque está ocorrendo tudo isso, porém posso fazer hipóteses”, continua o missionário.

“Certamente existe uma reação da parte dos soldados provenientes do Congresso Nacional para a Defesa do Povo ao aumento da pressão internacional sobre o governo de Kinshasa para que entregue Bosco Ntaganda à Corte Penale Internacional. Não se pode excluir também uma tentativa por parte do mesmo Congresso Nacional, que se transformou em um partido político, de intimidar a população do território dos Masisi em vista das eleições parlamentares que se realizaram dentro de dois meses. Mas se trata somente de uma hipótese pesoal”, conclui Padre Cattani.

No território dos Masisi as eleições foram anuladas por causa das desordens que ali se verificaram, e no nomento o Congresso Nacional para a Defesa do Povo não tem deputados no Parlamento. (SP)








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