(04/05/2012) Teve início esta manhã, com uma missa na Basílica de São Pedro, o
colóquio de dois dias sobre a cegueira e capacidade reduzida da vista, organizada
pela Fundação “O Bom Samaritano” e pelo Conselho Pontifício para a Saúde. Na base
da iniciativa está o facto de que menos de 5% das crianças com déficit visual tem
acesso a óculos correctivos nos países em vias de desenvolvimento. No entanto é nesses
países que residem cerca de 90% das pessoas com problemas de visão, parcial ou total.
As com problemas parciais são no mundo, segundo a OMS 246 milhões, enquanto com as
pessoas totalmente cegas são 39 milhões. Ainda segundo a OMS em 80% dos casos esses
problemas poderiam ter sido prevenidos, ou grandemente reduzidos através de óculos,
intervenções cirúrgicas ou outras formas de correcção. Mas, a maior parte dos necessitados,
especialmente nos países pobres, não tem acesso a nada disto. Então, é para ver
como fazer face a essas problemáticas todas que o Conselho Pontifício para a Saúde
decidiu organizar este Colóquio internacional intitulado “A pessoa não vidente: Rabbuni,
que eu veja”. Ao longo de dois dias o problema da cegueira será examinado tanto do
ponto de vista teológico-exegético como médico-científico, sócio-pastoral e cultural
e ainda da difusão dos instrumentos de prevenção e da cura. Aspectos que serão debatidos
por cientistas e pessoas da Igreja provenientes de várias partes do mundo. O Brasil
está representado por D. Vilson Dias de Oliveira, bispo de Limeira, no Estado de São
Paulo. Ouçamo-lo… D. Vilson Dias
de Oliveira, o único interveniente de língua portuguesa no colóquio sobre os não videntes
ou com déficit de visão. Da África vieram: o Doutor Martin Kollman, queniano coordenador
regional do “Programa sobre Doenças Tropicais Negligenciadas”; o Prof. Kovin Naidoo,
Director do Centro Internacional para a Educação ao cuidado dos olhos” com sede na
África do Sul; o Sr. Laurent Kibambe Bila, Director Administrativo da “Associação
Promhandicam” dos Camarões; e Mons. Aloisyus Balina, bispo de Shinyanga, na Tanzânia,
e o irmão Charles Nkubili, do Ruanda. O colóquio que põe no centro a pessoa humana
e para facilitar a fruição da parte de não videntes, publicou o programa em sistema
braille. Esta tarde haverá, no âmbito do Colóquio um concerto de musica clássica em
que três não videntes serão protagonistas, dois deles provenientes de Taiwan.