2012-05-03 12:00:11

Missão em Guiné-Bissau: trabalho infantil x escola


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Cidade do Vaticano (RV) – O Quadro Missão volta a destacar a entrevista feita por nossa colega Bianca Fraccalvieri com a Coordenadora da Comissão de Educação da Diocese de Bafatá, em Guiné Bissau, Irmã Ana Lúcia dos Santos. Dessa vez, ela nos fala sobre a missão dos professores, que muitas vezes precisam viver um tempo fora de casa para poder dar aulas nas tabancas (aldeias) distantes.

“Eu admiro os professores que trabalham nas tabancas. Longe de tudo, das facilidades, de compras. Eles enfrentam essa questão com perseverança. Passam até dois, três meses longe das famílias, já que não tem como pagar os deslocamentos. Voltam para casa somente na única semana de férias. Contudo, estão cientes de que também precisam – eles mesmos – de formação”.

Outro ponto preocupante, de acordo com Irmã Ana Lúcia, e a falta de conscientização dos pais sobre a questão do trabalho infantil. Muitas crianças, ao invés de frequentar a escola, vão às colheitas.

“Muitas escolas já estão sensibilizando as comunidades, ao menos para diminuir o tempo em que as crianças passam nas colheitas. Um período elas trabalham, outros vão à escola. Temos colhido bons resultados, a cada ano o número de crianças fora da sala de aula diminui. Mas ainda temos muito a fazer, se hoje uma criança não estuda, amanhã ela não vai ter vontade de estudar”.

De outro lado, Irmã Ana Lúcia fala que políticas públicas voltadas à educação estão sendo realizadas, e apoia o trabalho do Ministério da Educação.

“O Ministro Artur Silva trabalha muito bem. Ele motiva os professores para que estejam em sala de aula. Não sei nada a respeito dos pagamentos, até porque tivemos muitas greves. Mas penso que ele tenha bons propósitos para a educação. Agora mesmo, foi assinado um termo que vai promover a formação de professores aqui em Bafatá, coisa que nunca tinha acontecido antes”.

(RB)








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