Movimento Mundial de trabalhadores critica «modelo mercantilista» que gera desemprego
e precariedade
(28/4/2012) O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) denunciou as “graves
injustiças” do mundo laboral, numa mensagem para a celebração do 1.º de maio em que
se critica o atual “modelo mercantilista”. “A precariedade laboral, o desemprego
estruturante e massivo, a exploração e escravidão a que muitos trabalhadores se vêm
submetidos são as principais consequências de um modelo mercantilista originado pelo
poder económico neoliberal, com graves incidências no conceito do trabalho”, refere
a mensagem do secretariado-geral do movimento para a próxima celebração do Dia do
Trabalhador. “A precariedade laboral é uma das principais causas do empobrecimento
em que vivem hoje muitos homens e mulheres, jovens e adultos”, pode ler-se. A mensagem
para o 1.º de maio lamenta “as baixas remunerações, os ritmos de trabalho acelerados,
os horários desregulados, a competitividade desenfreada, a exigência da flexibilidade
laboral, o assédio moral e sexual e a escravidão do trabalho a que estão sujeitos
sobretudo os migrantes”. O aumento do desemprego em Portugal e outros países da
Europa, indica o MMTC, veio “acentuar o crescimento substancial de novos pobres e
dos índices da pobreza”. “Esta situação leva a que os políticos restrinjam a legalização
e integração dos migrantes, imponham reformas laborais que facilitam os despedimentos,
criam precariedade e retiram direitos àqueles que têm emprego”, alerta o movimento
internacional. “Não valorizar o rendimento dos trabalhadores através de uma justa
remuneração, obrigá-los a migrar para fora da sua região ou do seu país para poder
sobreviver, a ter mais de um trabalho para poder completar o salário que não chega
para viver, ter que aceitar que tudo lhe seja imposto com medo de perder o trabalho
é uma perversão à dignidade do ser humano”, assinala o comunicado. Em conclusão,
o movimento apela à criação de uma “rede de solidariedade e de fraternidade” que “contribua
para um mundo mais justo e mais equitativo na repartição das riquezas, mais solidário
e fraterno”.