2012-04-19 20:00:44

Nova Evangelização e a Evangelii Nuntiandi: testemunhas autênticas do Evangelho


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado à nova evangelização. Nesta edição continuamos nossa revisitação ao VII e último capítulo da Evangelii Nuntiandi, Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Paulo VI, datada de 8 de dezembro de 1975, após 10 anos do Decreto conciliar "Ad Gentes".

A Exortação é fruto do Sínodo sobre a evangelização. De fato, nela Paulo VI nos fala sobre os tempos novos da evangelização, prefigurando a nova evangelização – questão prioritária para a Igreja em nossos dias.

Na edição passada nos ocupamos do nº 75, que tem por título "Sob a inspiração do Espírito Santo". Prosseguindo o capítulo dedicado ao Espírito da Evangelização, o nº 76 nos fala da pessoa dos evangelizadores, chamando a atenção para o testemunho de vida, do qual depende significativamente a eficácia da própria evangelização.

Considerando a sua extensão e o tempo de que dispomos, nesta edição nos dedicaremos somente ao nº 76 do documento magisterial.

Testemunhas autênticas

76. "Consideramos agora, brevemente, a própria pessoa dos evangelizadores.
Ouve-se repetir, com freqüência hoje em dia, que este nosso século tem sede de autenticidade. A propósito dos jovens, sobretudo, afirma-se que eles têm horror ao fictício, aquilo que é falso e que procuram, acima de tudo, a verdade e a transparência.
Estes "sinais dos tempos" deveriam encontrar-nos vigilantes. Tacitamente ou com grandes brados, sempre porém com grande vigor, eles fazem-nos a pergunta: Acreditais verdadeiramente naquilo que anunciais? Viveis aquilo em que acreditais? Pregais vós verdadeiramente aquilo que viveis?
Mais do que nunca, portanto, o testemunho da vida tornou-se uma condição essencial para a eficácia profunda da pregação. Sob este ângulo, somos, até certo ponto, responsáveis pelo avanço do Evangelho que nós proclamamos.
O que é feito da Igreja passados dez anos após o final do Concílio?, perguntávamos nós, no princípio desta meditação. Acha-se ela radicada no meio do mundo e, não obstante livre e independente para interpelar o mesmo mundo? Testemunha ela solidariedade para com os homens e, ao mesmo tempo, o absoluto de Deus? É ela hoje mais ardorosa quanto à contemplação e à adoração, e mais zelosa quanto à ação missionária, caritativa e libertadora? Acha-se ela cada vez mais aplicada nos esforços por procurar a recomposição da unidade plena entre os cristãos, que torna mais eficaz o testemunho comum, afim de que o mundo creia? (119) Todos somos responsáveis das respostas que se possam dar a estas interrogações.
Exortamos, pois, os nossos Irmãos no episcopado, constituídos pelo Espírito Santo para governar a Igreja;(120) exortamos os sacerdotes e diáconos, colaboradores dos Bispos no congregar o povo de Deus e na animação espiritual das comunidades locais; exortamos os religiosos, testemunhas de uma Igreja chamada à santidade e, por isso mesmo, convidados eles próprios para uma vida que testemunhe as bem-aventuranças evangélicas; exortamos os leigos, e com estes, as famílias cristãs, os jovens e os adultos, todos os que exercem uma profissão, os dirigentes, sem esquecer os pobres, quantas vezes ricos de fé e de esperança, enfim, todos os leigos conscientes do seu papel evangelizador ao serviço da sua Igreja ou no meio da sociedade e do mundo; e a todos nós diremos: É preciso que o nosso zelo evangelizador brote de uma verdadeira santidade de vida, alimentada pela oração e sobretudo pelo amor à eucaristia, e que, conforme o Concílio no-lo sugere, a pregação, por sua vez, leve o pregador a crescer em santidade.(121)
O mundo que, apesar dos inumeráveis sinais de rejeição de Deus, paradoxalmente, o procura entretanto por caminhos insuspeitados e que dele sente bem dolorosamente a necessidade, o mundo reclama evangelizadores que lhe falem de um Deus que eles conheçam e lhes seja familiar como se eles vissem o invisível.(122) O mundo reclama e espera de nós simplicidade de vida, espírito de oração, caridade para com todos, especialmente para com os pequeninos e os pobres, obediência e humildade, desapego de nós mesmos e renúncia. Sem esta marca de santidade, dificilmente a nossa palavra fará a sua caminhada até atingir o coração do homem dos nossos tempos; ela corre o risco de permanecer vã e infecunda."

Amigo ouvinte, por hoje nosso tempo já acabou. Semana que vem tem mais, se Deus quiser! (RL)







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