Igreja na Turquia: "Que a nova Constituição seja como uma mãe que abraça todos os
seus filhos"
Istambul (RV) – Uma Constituição que seja "como uma mãe que abraça todos os
seus filhos": este é o desejo das comunidades cristãs na Turquia, convidadas a expressarem-se
pela Comissão parlamentar que se ocupa em redigir a nova Carta Constitucional para
a Turquia.
A Comissão recebeu na segunda-feira, 16, os representantes de alguns
grupos minoritários, inclusive os católicos, e vários segmentos da sociedade civil
para ouvir suas sugestões. Participaram do encontro, entre outros, Dom Ruggero Franceschini,
Presidente da Conferência Episcopal da Turquia, Dom Georges Khazzoum para os armênio-católicos,
Dom Yusuf Sag, para os sírio-católicos.
Como referido a Fides, Dom Yusuf Sag
destacou: "Esperemos que a nova Constituição coloque em evidência as liberdades. Queremos
uma constituição que aceite e abrace a todos como uma mãe com os seus filhos. Não
temos expectativas diferentes das dos muçulmanos turcos: queremos os mesmos direitos
dos cidadãos turcos".
Segundo os representantes presentes nesta reunião, o
problema maior é a falta de reconhecimento jurídico para a Igreja Católica. Dom Franceschini
falou de "um encontro sincero e cordial", referindo um "confronto aberto, em que todos
puderam expressar as próprias opiniões".
A questão crucial, explicou ele,
"é receber o reconhecimento jurídico oficial: algumas igrejas católicas devem desempenhar
os próprios serviços dando vida a associações e Ongs. Nós católicos não podemos nem
mesmo consertar as nossas igrejas ou administrar de modo adequado as nossas propriedades".
As igrejas históricas – recordou- "são um patrimônio de toda a humanidade, não somente
das pessoas pertencentes a uma única comunidade".
Uma nota da Conferência
Episcopal informa que "nos próximos encontros se examinarão os problemas das propriedades
das igrejas, das escolas, dos hospitais, e de outros bens de propriedade da Igreja
Católica de rito latino", que se conclui: "Com paciência, dos colóquios entre as duas
partes, se entrevêem possibilidades de alcançar bons acordos". (BF)