Cidade
do Vaticano (RV) – Cerca de 36 milhões de pessoas no mundo sofrem com a demência.
É o que revela um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). A demência
é uma doença no cérebro que provoca perda de memória e de orientação que geralmente
afeta pessoas com mais de 60 anos.
O assessor para Saúde Mental da Organização
Pan-americana da Saúde (OPS), Jorge Rodríguez explica o que significa viver com essa
doença.
“A demência é uma patologia. Às vezes, se confunde com os processos
de envelhecimento que ocorrem de maneira normal, como parte do processo biológico
da vida no qual a memória e possivelmente é o mais visível, contudo, a doença também
afeta o pensamento, a conduta, as emoções".
Portanto, é preciso diferenciar
a demência do processo natural de envelhecimento da pessoa. Mas como é possível identificar
os sintomas, os sinais de alarme para a demência?
“Uma pessoa que passou dos
60 anos e que começa a apresentar esquecimentos, principalmente de fatos recentes.
Somado a isso, ao mesmo tempo a pessoa pode apresentar confusão mental, perda parcial
do sentido de orientação do tipo quem é, onde está e para onde vai. Tudo isso forma
um quadro comportamental que pode parecer um pouco estranho, até mesmo bizarro”.
A
demência não afeta somente a pessoa que padece mas também a família. Esse é um elemento
chave para compreender a doença e saber como lidar com as situações que ela traz.
“Uma
das linhas de trabalho das políticas nacionais com relação à demência na terceira
idade é a educação da população. Especialmente para que se percebam os primeiros sintomas
da demência e também, porque, assim que a doença é diagnosticada a proteção e o cuidado
da família passam a ser essenciais”.
A demência requer cuidados desde o início
mas a partir do momento em que a doença evolui, eles passam a ser ainda mais específicos.
“Além
dos cuidados com as refeições, que devem ser feitas nos horários determinados, é preciso
tomar cuidado para que a pessoa não se perca e, ao sair de casa, esteja sempre acompanhada.
Além disso, é preciso evitar toda e qualquer situação de risco como fogo ou qualquer
objeto que possa causar um acidente".
O relatório da OMS aponta ainda que os
casos de demência estão em crescimento nos países desenvolvidos, onde a expectativa
de vida é maior. Apesar disso, a América Latina, que tem uma expectativa de vida –
em crescimento – na faixa dos 73 anos, também deve dar prioridade para a questão da
demência.
“Políticas públicas e planos nacionais que se voltem à atenção e
proteção da terceira idade com capítulos exclusivos que abordem a demência são alguns
pontos que estamos impulsionando enquanto Organização Mundial da Saúde”.