Cidade do Vaticano (RV) – A editora Eber&Spiegel informou que reteve a impressão
de 25 milhões de livros do Alcorão pedida pela organização salafista "A Verdadeira
Religião" – de tendência radical –, que faria a distribuição gratuita na Alemanha;
entretanto, a editora reconheceu que já entregou boa parte do pedido.
"Trata-se
de uma edição não comentada e recebemos o pedido em outubro. Depois disto estivemos
trabalhando nela, mas, frente à onda de críticas ao projeto, preferimos paralisá-lo
à espera de que um advogado consulte se esta impressão tem algum problema legal com
o qual não tínhamos contado", indicou um representante da Eber&Spiegel.
A editora
alemã informou que o grupo islâmico deseja repartir estes livros como parte de um
projeto de propaganda político-religiosa para difundir o salafismo, uma escola fundamentalista
sunita que busca impor a lei islâmica (Sharia) e que é responsável por numerosos ataques
aos cristãos no Egito. Além disso, a esta corrente pertenceu Mohammed Merah, o recentemente
conhecido assassino de Toulouse.
A campanha alertou as autoridades e líderes
alemães, sobretudo tendo em conta que por trás da organização está Ibrahim Abou Nagie,
considerado pelos serviços de inteligência como um perigoso pregador salafista.
Nesse
sentido, todos os partidos alemães, menos o Partido Liberal, manifestaram-se contra
a campanha.
O Escritório de Amparo à Constituição na Alemanha assinalou que
"o salafismo está fortemente radicalizado e promove entre seus seguidores um islã
conservador que considera o único verdadeiro".