2012-04-12 20:22:13

Nova Evangelização e a "Evangelii Nuntiandi": o Espírito Santo, protagonista da evangelização


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal neste espaço reservado à nova evangelização – questão prioritária para a Igreja em nossos dias. De fato, a nova evangelização estará no centro do próximo Sínodo dos Bispos convocado por Bento XVI para realizar-se no Vaticano, de 7 a 28 de outubro próximo, com o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

Em vista desse grande evento para a Igreja no mundo inteiro, que reunirá bispos provenientes dos cinco continentes, temos voltado nossa atenção para alguns documentos magisteriais pertinentes à missionariedade da Igreja. Nesse contexto entramos nesta edição no VII e último capítulo da "Evangelii Nuntiandi", Exortação Apostólica do Papa Paulo VI, de 1975, que conferiu – como já ressaltado – um notável dinamismo à ação evangelizadora da Igreja nas décadas seguintes, acompanhada por uma autêntica promoção humana.

O Cap. VII tem como tema "O Espírito da Evangelização". Precedido de uma pequena introdução (nº 74), o nº 75 tem por título "Sob a inspiração do Espírito Santo". Dada a sua extensão e o espaço de que dispomos, revisitamo-lo de forma abreviada:

75. "Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo. Sobre Jesus de Nazaré, esse Espírito desceu no momento do batismo, ao mesmo tempo que a voz do Pai, "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo",(107) manifestava de maneira sensível a eleição e a missão do mesmo Jesus. (...)
E aos discípulos que estava prestes a enviar, disse (Jesus) soprando ao mesmo tempo sobre eles: "Recebei o Espírito Santo".(111) Realmente, não foi senão depois da vinda do Espírito Santo, no dia do Pentecostes, que os apóstolos partiram para todas as partes do mundo afim de começarem a grande obra da evangelização da Igreja). (...)
Repleta do "conforto do Espírito Santo", a Igreja "ia crescendo".(117) Ele é a alma desta mesma Igreja. É ele que faz com que os fiéis possam entender os ensinamentos de Jesus e o seu mistério. Ele é aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam afim de a tornar aberta e acolhedora para a Boa Nova e para o reino anunciado.
As técnicas da evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor. (...)
Pode-se dizer que o Espírito Santo é o agente principal da evangelização: é ele, efetivamente que impele para anunciar o Evangelho, como é ele que no mais íntimo das consciências leva a aceitar a Palavra da salvação.(118) Mas pode-se dizer igualmente que ele é o termo da evangelização: de fato, somente ele suscita a nova criação, a humanidade nova que a evangelização há de ter como objetivo, com a unidade na variedade que a mesma evangelização intenta promover na comunidade cristã. Através dele, do Espírito Santo, o Evangelho penetra no coração do mundo, porque é ele que faz discernir os sinais dos tempos, os sinais de Deus, que a evangelização descobre e valoriza no interior da história. (...)
"Exortamos os evangelizadores, sejam eles quem forem, a pedir sem cessar ao Espírito Santo fé e fervor, bem como a deixarem-se prudentemente guiar por ele, qual inspirador decisivo dos seus planos, das suas iniciativas e da sua atividade evangelizadora."

Amigo ouvinte, vale ressaltar que a evangelização é um ato teologal obra do Espírito Santo. De fato, é o Espírito Santo que faz discernir os sinais dos tempos, que vivifica as testemunhas. Ser testemunha significa ter a experiência da fé: e isso requer um testemunho que acolhe as dinâmicas da cotidianidade.

Amigo ouvinte, por hoje é só. Até nosso próximo encontro, se Deus quiser, dedicado à Nova Evangelização. Até lá! (RL)







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