2012-04-10 11:10:47

Genocídio em Ruanda: manter viva a lembrança


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Cidade do Vaticano (RV) - Em abril de 18 anos atrás, teve início o genocídio que em Ruanda matou mais de 800 mil pessoas das etnias tutsi e hutus em menos de quatro meses. A tragédia deixou pelo menos 248 vítimas entre pessoal eclesiástico que atuava no país.

Nesta quarta-feira, a ONU promove uma série de eventos: o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, e o presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, farão um discurso sobre o genocídio na sede da organização em Nova York.

Será apresentado também o documentário “Sweet Dreams”, dirigido e produzido pelos irmãos cineastas americanos Lisa e Rob Frutchman. Após a projeção haverá um debate sobre o tema.
O massacre teve origens antigas: Ruanda pré-colonial certamente não era um país no qual todos gozassem de suficiente dignidade e oportunidade; havia divisões sociais, tribais; as monarquias distribuíam privilégios e riqueza de maneira articulada.

Os colonizadores – inicialmente alemães e, depois, belgas – tiveram grande responsabilidade na exasperada divisão do país entre dois grupos rivais, os hutus e os tutsis. Criaram uma situação de ódio e exclusão socioeconômica entre as duas etnias. Em 1932, quando os belgas criaram o documento de identidade étnica, chegou-se a uma situação sem retorno: os twás, além dos hutus e os tutsis, viram-se oficialmente divididos.

Os colonizadores concediam privilégios e cargos de comando apenas a uma restrita elite dos tutsis, despertando o ódio crescente nos hutus. E depois de deixar o país, assistiram à tomada do poder pela maioria hutu, até então oprimida, sem a preocupação de refrear as tensões causadas por sua política criminosa.

Para o professor de História da África do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio, Alexandre dos Santos, “o acontecimento de Ruanda fez com que o nosso olhar se tornasse menos ingênuo e perceber que às vezes o contexto é muito mais complexo do que um simples primeiro olhar”.

Todos os anos, em 7 de abril, o mundo recorda o Dia Internacional em Lembrança às Vítimas do Genocídio em Ruanda. O Professor Alexandre dos Santos, entrevistado pela Rádio ONU no Rio de Janeiro, afirma que o Dia é a ocasião para manter viva a lembrança, fazer novas reflexões e analisar as efetivas responsabilidades da matança. Ouça clicando acima.
(CM)







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