Papa preside a Missa de Páscoa: "ressuscitou! ressuscitou verdadeiramente!"
Cidade do Vaticano (RV) - Na manhã deste domingo, na Praça São Pedro, o Santo
Padre presidiu a Santa Missa de Páscoa, diante de 100 mil fiéis que, com ele, foram
celebrar a alegria da ressurreição do Senhor.
O Papa iniciou sua homilia ressaltando
que, neste Domingo de Páscoa, “também nós, depois de termos atravessado o deserto
da Quaresma e os dias dolorosos da Paixão, damos largas ao brado de vitória: «Ressuscitou!
Ressuscitou verdadeiramente!»”
“Todo o cristão – disse o Papa - revive a experiência
de Maria de Madalena. É um encontro que muda a vida, o encontro como um Homem único,
que nos faz sentir toda a bondade e a verdade de Deus, que nos liberta do mal, não
de modo superficial e passageiro, mas liberta-nos radicalmente, cura-nos completamente
e restitui-nos a nossa dignidade. Eis o motivo por que Madalena chama Jesus «minha
esperança»: porque foi Ele que a fez renascer, que lhe deu um futuro novo, uma vida
boa, liberta do mal. «Cristo minha esperança» significa que todo o meu desejo de bem
encontra n’Ele uma possibilidade de realização: com Ele, posso esperar que a minha
vida se torne boa e seja plena, eterna, porque é o próprio Deus que Se aproximou até
ao ponto de entrar na nossa humanidade.”
Bento XVI continuou dizendo que,
contudo, “Maria de Magdala, tal como os outros discípulos, teve de ver Jesus rejeitado
pelos chefes do povo, preso, flagelado, condenado à morte e crucificado”. “Deve ter
sido insuportável – ponderou o Papa - ver a Bondade em pessoa sujeita à maldade humana,
a Verdade escarnecida pela mentira, a Misericórdia injuriada pela vingança”.
“Com
a morte de Jesus, parecia falir a esperança de quantos confiavam n’Ele. Mas esta fé
nunca desfalece de todo: sobretudo no coração da Virgem Maria, a mãe de Jesus, a pequena
chama continuou acesa e viva mesmo na escuridão da noite. A esperança, neste mundo,
não pode deixar de contar com a dureza do mal. Não é apenas o muro da morte a criar-lhe
dificuldade, mas também e mais ainda as aguilhoadas da inveja e do orgulho, da mentira
e da violência. Jesus passou através desta trama mortal, para nos abrir a passagem
para o Reino da vida. Houve um momento em que Jesus aparecia derrotado: as trevas
invadiram a terra, o silêncio de Deus era total, a esperança parecia reduzida a uma
palavra vã.”
“Mas eis que, ao alvorecer do dia depois do sábado, encontram
vazio o sepulcro – retomou o Pontífice. Depois Jesus manifesta-Se a Madalena, às outras
mulheres, aos discípulos. A fé renasce mais viva e mais forte do que nunca, e já invencível
porque fundada sobre uma experiência decisiva"
E então o Santo Padre anunciou:
“Amados irmãos e irmãs! Se Jesus ressuscitou, então – e só então – aconteceu algo
de verdadeiramente novo, que muda a condição do homem e do mundo. Então Ele, Jesus,
é alguém a quem nos podemos absolutamente confiar, confiando não apenas na sua mensagem,
mas n’Ele mesmo, porque o Ressuscitado não pertence ao passado, mas está presente
e vivo hoje.”
Por fim, o Santo Padre fez um apelo para que “Cristo Ressuscitado
dê esperança ao Médio Oriente, para que todas as componentes étnicas, culturais e
religiosas daquela Região colaborem para o bem comum e o respeito dos direitos humanos”.
Pediu ainda que, “cesse, na Síria, o derramamento de sangue e adote-se, sem demora,
o caminho do respeito, do diálogo e da reconciliação, como é vivo desejo também da
comunidade internacional”. Dirigiu seu pensamento também “aos numerosos refugiados,
originários de lá e necessitados de assistência humanitária”, para que “possam encontrar
o acolhimento e a solidariedade que mitiguem as suas penosas tribulações”. O Papa
ainda intercedeu pelo povo iraquiano, pedindo “que a vitória pascal encoraje o povo
iraquiano a não poupar esforços para avançar no caminho da estabilidade e do progresso”.
Lembrou-se da Terra Santa, para que “israelitas e palestinos retomem, com coragem,
o processo de paz”. Pediu ainda ao Senhor que “sustente as comunidades cristãs do
Continente Africano, conceda-lhes esperança para enfrentarem as dificuldades e torne-as
obreiras de paz e artífices do progresso das sociedades a que pertencem”, nomeando
países como os da região dos Grandes Lagos, o Sudão, o Sudão do Sul, Mali, Nigéria.
Após
a Comunhão, o Papa concedeu a todos sua Benção Apostólica, ao que se seguiu o canto
do Regina Coeli:
E ao término
da Santa Missa de Páscoa, o Papa concedeu a todos a Bênção Urbi et Orbi (à cidade
e ao mundo): ; e saudou todos os
presentes em diversas línguas, desejando uma Feliz Páscoa. Saudou também os lusófonos:
Por fim,
concedeu indulgência plenária a todos os presentes e aos que seguiram a Santa Missa
por rádio, internet ou televisão (sempre levando em consideração que a indulgência
plenária é concedida aos que se confessaram neste período e rezaram pelas intenções
do Santo Padre). (ED)