Cidade
do Vaticano (RV) - Sábado é o dia da espera. Aguardamos a Ressurreição de Jesus.
No final deste dia, celebramos a Solene Vigília Pascal, mãe de todas as vigílias,
que se inicia com a Bênção do Fogo Novo e do Círio Pascal; proclama-se a Páscoa através
do canto do Exultet e faz-se a leitura da Bíblia percorrendo toda a História da Salvação.
Entoamos o Glória e o Aleluia, omitidos durante todo o período quaresmal. Batizam-se
os catecúmenos que se prepararam durante toda a Quaresma. E encerraremos a celebração
com a Eucaristia, coração da vida do cristão.
Jesus e seus dons, a cura das
pessoas e sua Ressurreição, constituem a mensagem que encoraja a Humanidade a não
ter medo, a não se desesperar diante dos problemas que enfrenta. O que a Ressurreição
de Cristo ensina aos homens de hoje?
A resposta vem do mais novo cardeal brasileiro,
Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada
e as Sociedades de Vida Apostólica:
“Primeiro de tudo, sabemos que a morte
não é a palavra final da História é importantíssimo. Quem tem isso no coração vive
de modo diferente: não caminhamos para a destruição, não caminhamos para o nada, mas
caminhamos para a vida. No caso de Cristo, suas obras são os sinais de que Ele realizou
isto: primeiro, a capacidade que teve de curar tantas pessoas, de ressuscitar Lazaro,
o filho da viúva de Naim, de trazer pessoas à vida, o que um homem não faz, não é
capaz.
Depois, o grande milagre, que é Ele mesmo sair do túmulo e ser
o Senhor da vida: a morte não tem poder sobre Ele. Este fato, na passagem da morte
para a vida que Deus em Cristo faz, aqui está para nós o ponto fundamental hoje do
empenho daqueles que querem seguir Cristo. Não só nos sentirmos pessoas que caminham
para a Ressurreição, mas também conseguir ressuscitar a vida nas pessoas.
Em
muitos lugares, a vida foi abafada, destruída, diminuída. Nós podemos fazer isto não
mais impondo nosso ponto de vista, nossa fé, mas podemos fazer isto testemunhando
uma vida segundo a Ressurreição. Por exemplo, não devemos ter medo por causa da Ressurreição
de Jesus diante dos problemas mais graves, que parecem não ter saída.
Não
devemos perder o rumo quando os relacionamentos não crescem ou não têm mais evolução,
não vão na direção correta. Diante dos grandes problemas da Humanidade, não desesperar.
Há sempre uma chama acesa no coração, ali está a luz da Ressurreição. Assim podemos
enfrentar o problema da miséria humana; a questão da pobreza tão violenta, as mortes
que não deveria haver. É preciso que os bens circulem, que a Ressurreição entre nisto.
E resolver os problemas básicos da vida humana: saúde, economia, moradia, tudo isso
pode ser iluminado por esta esperança que nos faz manter a Ressurreição nas pessoas,
a vida nas pessoas. E, além disso, a capacidade de dizer: “o meu final será o final
na vida, não na morte, e junto de quem é Senhor da vida. Então, é uma plenitude daquilo
que não tenho agora, mas já tenho pela fé. Acho que a Ressurreição de Cristo deve
nos colocar para pensar e reformar alguma coisa em nossa vida”. (CM)