Os crucificados que clamam misericórdia no Brasil. Ouça análise do Card. Hummes
Cidade do Vaticano (RV) - Meu Deus, Meus Deus,
por que me abandonaste? O grito de Jesus na Cruz ainda hoje ressoa em muitas partes
do mundo.
A treva que naquele momento que se abateu sobre a terra não foi completamente
dissipada, resistindo não somente nos rincões do mundo, mas muitas vezes, em meio
a nós, no nosso irmão que padece ao nosso lado.
Meu Deus, Meus Deus, por que
me abandonaste? Assim como a súplica de Jesus dirigida ao nosso Pai, também hoje o
grito de milhões de pessoas tem origem na injustiça, não divina, mas na injustiça
dos homens.
Para o Arcebispo emérito de São Paulo, Card. Cláudio Hummes, os
crucificados que clamam misericórdia a Deus são hoje os doentes. A entrevista é de
Cristiane Murray:
"Dentro do tema da Campanha da Fraternidade, a saúde. Sob
este aspecto, os crucificados hoje no nosso país são os doentes, doentes de todos
os tipos, que certamente são pessoas fragilizadas, que precisam profundamente serem
atendidas, apoiadas, sustentadas. Porque muitas dessas pessoas não têm condição sozinhas
de saírem dessa situação. Portanto são crucificados realmente porque não tem como
arrancarem os pregos da cruz. Quem está pregado na cruz não consegue arrancar os pregos,
está imobilizado. E muita gente está nesta situação, e precisa de assistência urgente
para sair disso. E tem direito a isso. Então o Estado, a sociedade têm que ir ao encontro
do doente. E sabemos que os mais pobres têm menos condições, a saúde pública muitas
vezes deixa a desejar."
Clique acima para ouvir a reflexão completa do Card.
Hummes.