Uberaba (RV) - Com a Páscoa o mundo se renova e começa uma nova perspectiva
de história, porque o Cristo ressuscitado convoca os cristãos para construir uma humanidade
diferente, convencida de que uma vida saudável é possível. Ela tem que ser construída,
tendo como base a fé e a visão otimista de futuro. Os critérios devem aqueles fundados
no testemunho autêntico de vida.
No caminho da Páscoa, é importante o desapego
de ideias antigas, de antigos costumes e normas. É hora de pensar mais alto e olhar
para frente com liberdade, com fermento novo e firmar os pés naquilo que é capaz de
dar rumo certo aos nossos ideais. Isto é muito difícil quando nos abandonamos no próprio
subjetivismo.
No âmbito da fé, sabemos que Deus dá novo sentido para os acontecimentos.
Ele é o guia da história, que tira do fracasso um resultado de vitória para a vida.
Não é fácil entender os mistérios de Deus, mas eles estão a serviço do bem da criação,
especialmente das pessoas, criadas como suas imagens e semelhanças e chamadas para
construir o mundo.
Não podemos ficar numa situação de trevas, de incertezas,
como aconteceu com os discípulos de Jesus após sua morte na cruz. Não sabiam ainda
de sua ressurreição, mesmo sabendo que o sepulcro tinha sido encontrado vazio. Custaram
para entender as promessas do Mestre. Nelas estava inscrito que a morte traria vida
nova.
Deus vai sempre à contramão dos critérios humanos. O que para nós parece
derrota, para Ele é vitória; o que parece fim é começo, e com muito mais força e vigor.
A ressurreição de Cristo é recomeço da criação, que depende da continuidade da nossa
parte como co-criadores com Deus.
Todos nós estamos em busca de um novo mundo,
de uma sociedade transformada e ressuscitada para o bem e para a paz. A Páscoa deve
ser vida nova, superior a todo o passado de imperfeições e maldades. É olhar para
frente com esperança e na certeza de bons frutos de quem se convence do valor dos
seus bons atos.
Dom Paulo Mendes Peixoto. Arcebispo eleito de Uberaba.