Nova tragédia em cárecere hondurenho. A mediação do bispo
Tegucigalpa (RV) - Quatorze pessoas morreram quinta-feira em um incêndio, já
sob controle, em uma prisão de San Pedro Sula (norte de Honduras). A tragédia aconteceu
depois de um enfrentamento entre presos, segundo as autoridades judiciais da cidade.
A
calma retornou ao presídio graças ao bispo auxiliar de San Pedro Sula, Dom Rómulo
Emiliani, que mediou entre os presos. “Sinto-me agradecido a Deus, porque foi como
um milagre; a situação estava à beira do caos total” – comentou, revelando que os
presos lhe asseguraram que não haverá mais conflitos.
Dom Emiliani acrescentou
que “Não há água em toda a prisão. A que havia foi usada para apagar o fogo”.
Em
audiência, terça-feira, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington,
o Estado hondurenho admitiu que nos 24 cárceres do país residem 12.246 presos, 4.000 mais
do que sua capacidade.
Dom Emiliani promove a construção de um novo cárcere
em San Pedro Sula, onde na prisão existente ele realiza programas de reabilitação
de detentos a fim de que após o cumprimento de suas penas possam se reinserir na sociedade.
O
fogo começou em um dos módulos da prisão de São Pedro Sula, segunda cidade de Honduras,
a 240 km ao norte da capital, e foi apagado pelos próprios presos com baldes de água.
O
incêndio alarmou a população, pois acontece apenas um mês e meio depois de Honduras
ter sido o epicentro de uma das piores catástrofes carcerárias do mundo, o incêndio
da prisão de Comayagua, 90 km ao norte de Tegucigalpa, que deixou 361 detentos mortos.
O
Centro Penal Sampedrano tem uma população de cerca de 2.250 presos, mas foi construído
para 800. Entre os presos há membros das temidas gangues Mara Salvatrucha (MS) e Mara
18 (M-18), em módulos separados, e outros grupos de narcotraficantes, sequestradores
e ladrões de veículos.
A prisão de San Pedro Sula, considerada a cidade mais
violenta do mundo segundo relatórios da ONU, é, com frequência, cenário de tragédias
e enfrentamentos entre as gangues de presos. (CM)