Paquistão: cristãos não querem ser minoria silenciosa
Bruxelas (RV) – Os cristãos no Paquistão “não querem ser uma minoria silenciosa”,
mas querem trabalhar “pelo bem do povo e do país inteiro” em “espírito de paz”. O
novo Arcebispo de Karachi, Presidente da Caritas paquistanesa, Dom Joseph Coutts,
está realizando uma visita a Bruxelas, onde encontrou líderes religiosos, políticos
e representantes dos meios de comunicação social.
O arcebispo fala em cada
encontro do compromisso dos cristãos num País onde a maioria esmagadora da população
é islâmica, testemunhado as dificuldades de manifestação pública do próprio credo.
Também a vida pastoral e caritativa em sua Diocese é “fortemente marcada” pelas “dificuldades
impostas em meu país na área da liberdade de religião”, disse o prelado.
Dom
Coutts destaca a obra formativa que os cristãos realizam nas escolas “abertas a todos”,
os serviços oferecidos aos mais necessitados e às pessoas doentes. Mas fala também
das perseguições enfrentadas pelos quase 2 milhões de cristãos paquistaneses, “dos
tantos irmãos mortos” por defender a “fé no Evangelho”. Lembra por exemplo, os dois
jovens cristãos assassinados em 2010, acusados de blasfêmia e, no ano passado, no
mês de março, o assassinato do ministro para as Minorias religiosas Shahbaz Bhatti.
O
próprio arcebispo de Karachi recebeu ameaças de morte e lembra que quando era bispo
de Faisalabad algumas obras sanitárias mantidas pelos cristãos foram derrubadas para
dar espaço a outras estruturas. Narra do “fatwa” contra um grupo de famílias em Gojra-Faisalabad,
“porque corria o boato de que uma criança tivesse queimado uma página do Alcorão”.
Mas a mensagem que deixa Dom Coutts, ele destaca com insistência a necessidade
do respeito recíproco, da “convivência na paz”. Pede, portanto, que “os cristãos do
Paquistão não sejam deixados sozinhos” pela Comunidade internacional e, em particular,
pela União europeia. Em sua estadia em Bruxelas, o arcebispo vai falar nesta sexta-feira,
30 de março na Comissão europeia sobre a liberdade religiosas na Europa e no mundo.(SP)