Havana (RV) – O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi,
realizou no Hotel Nacional, centro da imprensa internacional, em Havana, a coletiva
conclusiva da passagem de Bento XVI pelo país.
A coletiva teve início com a
confirmação do encontro entre Bento XVI e o comandante Fidel Castro, que chegou à
Nunciatura às 12h20 e o Papa logo depois, às 12h25, e então teve início uma conversa
“muito cordial”.
Bento XVI manifestou sua felicidade por estar em Cuba e sua
gratidão pelo acolhimento recebido pelo povo e pelo país. Por sua vez, o Fidel afirmou
que tinha um desejo pessoal de encontrar o Papa e que seguiu todos os eventos desta
viagem pela televisão. Houve uma brincadeira sobre a idade dos dois, que são parecidas
(Bento XVI completará 85 anos daqui poucos dias e Fidel, em agosto, 86), e o Papa
disse: “Sou idoso, mas ainda posso desempenhar meu dever”.
Houve uma troca
de ideias, perguntas de Fidel ao Papa para saber dele seu pensamento e informações
que desejava, pois, disse ao Pontífice, sua vida é dedicada à reflexão, ao estudo
e à escritura desde que não ocupa mais funções políticas públicas. O ex-presidente
perguntou sobre a liturgia da Igreja, o que faz um Papa, que por sua vez falou do
significado de suas viagens. Falou-se das dificuldades do tempos de hoje da humanidade,
dos desafios que se apresentam à ciência, dos problemas ecológicos, como cada religião
enfrenta a multiplicidade das respostas. Comentou-se a dificuldade que a humanidade
enfrenta quando se afirma a ausência de Deus e a relação entre fé e razão.
O
encontro durou meia-hora, “mas poderia ter durado muito tempo”, referiu Pe. Lombardi.
No final, Fidel pediu ao Papa que enviasse alguns livros sobre os temas que debateram
juntos e se ele já sabia quais eram esses livros. O Papa respondeu que deveria pensar.
Também estavam presentes no encontro a esposa de Fidel e dois filhos.
Padre
Lombardi fez um balanço desta viagem, afirmando que Bento XVI encontrou nas duas etapas
cubanas desta viagem cerca de 500 mil pessoas entre Santiago de Cuba e Havana e que
a imagem principal é a do Papa como Peregrino da caridade no Santuário nacional. Destacou
o empenho dos jovens, com a vigília realizada esta madrugada.
Uma das perguntas
dos jornalistas foi sobre se Fidel pertencia à Igreja Católica. Pe. Lombardi respondeu
que existe diferença entre ser batizado e participar plenamente de uma comunidade.
Sobre um hipotético encontro com o Presidente venezuelano Hugo Chávez, em Cuba nesses
dias para um tratamento de saúde, o porta-voz vaticano afirmou que não houve um pedido
para que este evento se realizasse.