Papa confia à Mãe de Deus o futuro de Cuba, por caminhos de renovação e de esperança
(27/3/2012) Bento XVI visitou hoje o Santuário da Virgem da Caridade visitou, no
ano jubilar celebrado pela Igreja cubana, por ocasião dos 400 anos da descoberta da
imagem. A pequena imagem de madeira é conhecida popularmente por ‘Virgem Mambisa’
e a sua devoção é transversal à sociedade cubana, católicos e não católicos, muito
por causa da "certeza popular" de que Nossa Senhora acompanhava e protegia os cubanos
na sua luta pela independência, como sublinha a nota histórica disponibilizada pelo
Santuário da Virgem da Caridade O Papa foi ali acolhido por uma banda de tambores
metálicos, composta por 14 elementos, que executaram algumas obras clássicas e tradicionais. Após
um breve momento em silêncio, no interior da igreja, Bento XVI proclamou a oração
do ano jubilar, em honra da “Mãe de todos os cubanos”, cujo texto convida a “superar
a divisão, o rancor e a inimizade”. À oração seguiu-se a colocação de uma vela
junto da imagem da Virgem da Caridade, a quem o Papa ofereceu, esta segunda-feira,
durante a celebração da Missa em Santiago de Cuba a Rosa de Ouro, sinal de devoção
especial. Na pequena praça em frente da igreja Bento XVI saudou depois a população
da localidade de El Cobre, na sua única intervenção pública desta terça feira. Foi
uma cordial saudação, simples e direta, a alocução pronunciada pelo Papa no santuário
de Nossa Senhora da Caridade, “a Mambisa”, como é afetuosamente invocada. O Papa assegurou
aos cubanos o seu afeto, pedindo-lhes que o transmitam a todos, para que possam “experimentar
a consolação e da fortaleza da fé”.
“Façam saber a todos os que se encontram
perto ou longe que confiei à Mãe de Deus o futuro da vossa Pátria, avançando por caminhos
de renovação e de esperança, para o maior bem de todos os cubanos. Também supliquei
à Virgem Santíssima pelas necessidades dos que sofrem, dos que estão privados de liberdade,
separados dos seus entes queridos, ou passam por graves momentos de dificuldade”.
Bento
XVI recordou expressamente os jovens, assim como os cubanos descendentes de africanos
que para ali foram trazidos, assim como a população do Haiti, que continua a sofrer
as consequências do terramoto de há dois anos atrás. Uma palavra, finalmente, para
os camponeses e suas famílias, nomeadamente as que tornaram as suas casas “centros
de missão, para a celebração da Eucaristia”.
“Encorajo todos os filhos desta
querida terra a continuarem a edificar a vida sobre a rocha firme que é Cristo, a
trabalharem pela justiça, a serem servidores da caridade e perseverantes no meio das
tribulações. Que nada nem ninguém vos arrebatem a alegria interior, tão caraterística
da alma cubana. Que Deus vos abençoe”: