2012-03-27 13:57:54

Iraque: reabre igreja danificada por atentado


Kirkuk (RV) – A comunidade cristã de Kirkuk, no norte do Iraque, festejou a reabertura oficial – após um paciente trabalho de restauração - da igreja paroquial da Virgem Maria Santíssima. Esquecidos por uma noite as violências e os massacres da última semana, entre os quais a série de atentados de 20 de março e o assassinato de um cristão no último dia 22 em Mosul, a minoria religiosa celebrou no último fim de semana um momento de alegria, reunindo-se ao redor de seu bispo e de sacerdotes da comunidade.

Na homilia da missa, o Arcebispo Dom Louis Sako pediu aos presentes que “testemunhem a fé” entre perseguições e abusos, convidando-os a não abandonar o País, mas, pelo contrário, a “permanecer” para contribuir a criar um futuro de esperança. A igreja paroquial, aberta em 1965, foi restaurada inteiramente graças à contribuição do arcebispado caldeu de Kirkuk.

Na noite do último sábado, Dom Louis Sako presidiu a missa de reabertura da igreja, concelebrada por vários sacerdotes e números fiéis que lotaram o lugar de culto. Um cristão contou que “a igreja estava lotada” e para a celebração “vieram sacerdotes de outras paróquias” para um momento de “verdadeira festa”. No dia 29 de janeiro de 2006 a Igreja da Virgem foi alvo de um violento atentado dos fundamentalistas islâmicos; os extremistas atingiram o lugar de culto cristão como resposta ao discurso de Bento XVI em Regensburg, que levantou uma polêmica no mundo islâmico. A explosão do carro-bomba causou também a morte de um coroinha de 13 anos de nome Fadi Raad Elias que, voltando da escola, para na igreja para rezar e “agradecer Jesus pelo sucesso no exame”.

Durante a homilia, Dom Sako lembrou o sacrifício do jovem “mártir cristão iraquiano”; sua morte e o sangue derramado, explicou o prelado, são “um convite a perseverar” diante dos “desafios” que a comunidade terá que enfrentar. “O nosso número está diminuindo – acrescentou o arcebispo – por causa da imigração, mas a nossa presença, o testemunho e as conseqüências que gera dependem da qualidade, do nível cultural, moral e espiritual que saberemos oferecer numa participação dinâmica na sociedade.

“A diminuição no número dos cristãos – concluiu dom Sako – não deve reduzir a influência da minoria sobre a sociedade iraquiana. Devemos repensar aqui e agora o sentido da presença cristã e a maneira com que testemunhamos nossa fé”. (SP)








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